Bancários vão às ruas para defender bancos públicos e impedir o retrocesso

Quem era bancário nas décadas de 1990 e início dos anos 2000 sabe muito bem o risco que o PSDB e DEM representam para os bancos públicos…





Contraf-CUT

A Contraf-CUT orienta os sindicatos de todo o país a organizarem, junto com a CUT, demais centrais sindicais e outras entidades, atos em defesa das empresas públicas, entre elas Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Banco da Amazônia – que estarão novamente sob a ameaça de privatizações a depender do resultado da eleição presidencial de 31 de outubro.

"Quem era bancário nas décadas de 1990 e início dos anos 2000 sabe muito bem qual é o risco de os bancos públicos federais serem privatizados caso a condução do governo brasileiro volte às mãos de governantes tucanos. Cabe a todos que participaram das lutas de resistência em defesa do emprego, dos direitos e dos bancos públicos, contar aos mais jovens sobre a ameaça que o retorno da política privatista representa à categoria, às condições de trabalho, ao atendimento da sociedade, ao sistema financeiro e ao desenvolvimento econômico do país", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Na eleição estão em disputa dois projetos distintos, um que significa a continuidade dos avanços dos trabalhadores iniciados pelo governo Lula e representado pela candidatura de Dilma Roussef, e outro representado pelo retrocesso. "Este candidato foi ministro do Planejamento do governo FHC e coordenou o processo de privatizações de empresas estatais, como a Vale do Rio Doce, a Embraer, todo o sistema Telebrás, entre outras. Foi sob o comando de Serra que começou o processo de reestruturação e enxugamento na administração federal que varreu, por exemplo, 42 mil empregos no Banco do Brasil e 23 mil postos de trabalho da Caixa, entre 1995 e 2002", lembra Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT e empregado da Caixa.

"Com demissões, PDVs, desestímulo à carreira, arrocho e congelamento salarial, retirada de direitos, divisão de funcionários em antes e pós 98, terceirizações, aumento ilegal da jornada de trabalho, além de ataques à organização dos trabalhadores, os dois bancos foram muito enfraquecidos. O objetivo era privatizá-los, seguindo orientação explícita de estudo produzido pelo consórcio Booz-Allen, Hamilton & Fipe", conta Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT, e funcionário do Banco do Brasil.

 "A privatização só não foi levada ao final por causa do movimento de resistência dos trabalhadores e da eleição do governo Lula, que, ao contrário, fortaleceu os dois bancos públicos federais e mostrou a importância deles na regulação do mercado, no estímulo ao consumo e ao crescimento econômico durante a recente crise financeira mundial", acrescenta o dirigente.

Serra, como governador de São Paulo, vendeu a Nossa Caixa, o último banco público paulista, que só não foi privatizada como o Banespa (comprado pelo Santander há 10 anos), porque o BB se antecipou e ganhou a disputa com o Bradesco. Foi assim também que o Banco do Brasil evitou a privatização do Besc (Santa Catarina) e do BEP (Piauí).

Além do Banespa, no governo tucano de FHC foram privatizados vários bancos estaduais, como Banerj (Rio), Banestado (Paraná), Bemge e Credireal (Minas), Baneb (Bahia) Bandepe (Pernambuco), Meridional (Rio Grande do Sul), BEA (Amazonas), BEG (Goiás) e Paraiban (Paraíba).

"Esses são os riscos concretos do retorno dos tucanos ao poder. Além de nossos direitos, nós trabalhadores temos que defender o patrimônio que pertence ao povo brasileiro", conclui Carlos Cordeiro.