A greve nacional dos bancários continua se fortalecendo em todo o país e atingiu 5.786…
A greve nacional dos bancários continua se fortalecendo em todo o país e atingiu 5.786 agências nesta segunda-feira, 28, quinto dia de paralisação. O número representa o dobro das 2.881 unidades paralisadas na última quinta-feira, 24, primeiro dia da greve, e um aumento de 20% em comparação às 4.791 unidades fechadas no segundo dia na sexta-feira, 25. A ampliação da greve foi uma das decisões do Comando Nacional dos Bancários, que se reuniu no último sábado, 26, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo.
Os número são fruto de levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com base em dados fornecidos até as 20h desta segunda-feira pelos 134 sindicatos ligados ao Comando Nacional dos Bancários. A greve atinge todos os 27 estados e o Distrito Federal.
"É um aumento expressivo da greve, o que demonstra o enorme descontentamento dos trabalhadores com a proposta rebaixada apresentada pelos bancos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "É inadmissível que o setor da economia que mais apresentou ganhos nos últimos meses, com lucros de R$ 19,3 bilhões no primeiro semestre, segundo o Banco Central, faça uma proposta sem aumento real de salário e sem valorização dos pisos e com uma PLR menor do que a do ano passado, além de não atender as demandas de emprego e melhores condições de saúde, segurança e trabalho", acrescenta.
Negociações
O Comando Nacional, após reunião de avaliação da greve no último sábado, encaminhou correspondência à Fenaban cobrando a retomada das negociações e reforçando as reivindicações da categoria. Para tanto, a representação dos bancários se colocou à disposição da Fenaban para retomar as negociações a partir desta terça-feira, 29.
Anteriormente, o Comando Nacional já havia enviado ofício à Fenaban, no dia 18 de setembro, um dia após a quinta rodada de negociação entre as partes, comunicando a rejeição da proposta de reajuste de 4,5% apresentada pelos bancos e cobrando uma nova proposição.
No documento enviado no sábado, a representação dos bancários "reafirma que a proposta para atender às necessidades dos trabalhadores precisa contemplar aumento real de salário, melhoria da PLR, valorização dos pisos salariais, uma política de preservação dos empregos e mais contratações, melhores condições de saúde, segurança e trabalho, combate às metas abusivas e ao assédio moral, auxílio-educação e plano de previdência complementar para todos".
Nesta segunda-feira (28), a entidade patronal enviou resposta à Contraf-CUT, manifestando a intenção de marcar "data, hora e local, para que as representações de bancos e bancários trabalhem no sentido de firmar novo instrumento normativo que regule as relações de trabalho neste importante setor da economia brasileira".
"É importante que os banqueiros manifestem a disposição de negociar, mas essa intenção precisa se traduzir em atitudes concretas. Além disso, negociar não é apenas sentar à mesa e dizer ‘não’ para todas as reivindicações. É preciso disposição de avançar e construir uma Convenção Coletiva que garanta melhores salários e condições de trabalho para a categoria", afirma Carlos Cordeiro. "No entanto, temos que lembrar que até hoje nenhuma conquista dos trabalhadores veio sem luta e mobilização e isso não será diferente agora. É fundamental que continuemos nas ruas, fortalecendo a nossa greve nacional para arrancar uma proposta que atenda às expectativas da categoria", sustenta.
Comando Nacional e Banco do Brasil retomam negociação nesta quarta-feira
Conforme deliberação tomada na reunião do último sábado, 26, o Comando Nacional dos Bancários tem procurado a Fenaban, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para retomar as negociações tanto da pauta nacional de reivindicações quanto das questões específicas. Em resposta à iniciativa do Comando, o Banco do Brasil confirmou para esta quarta-feira, dia 30, às 14h, uma nova rodada de negociações, em São Paulo, sobre os temas específicos.
Antes da negociação com o Banco do Brasil, a coordenação do Comando Nacional dos Bancários se reunirá, às 10h, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo.
A Fenaban, apesar de informar que está disposta a retomar as negociações, não marcou reunião e tampouco apresentou nova proposta.
A greve continua forte em todo Brasil.