Rede Brasil Atual
Bancários de várias regiões do país fizeram passeatas com o objetivo de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A categoria está em campanha salarial, e a manifestação fez parte de um dia nacional de luta. Em São Paulo, bancários fizeram na noite de ontem (22) uma passeata que reuniu cerca de 1,5 mil pessoas por ruas da região central.
“Até agora, não houve avanço nas rodadas de negociação entre o Comando Nacional e a Fenaban. Os bancos estão reduzindo empregos e, ainda assim, aumentando suas atividades e, consequentemente, seus lucros. Os seis principais bancos do país tiveram R$ 29,6 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre, com redução de 5% no número de empregados por agência”, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.
A passeata antecedeu mais uma rodada de negociações entre os trabalhadores do setor financeiro e os bancos, prevista para a próxima segunda-feira (26), quando as partes debaterão as cláusulas econômicas das reivindicações da categoria – reajuste salarial de 11,93% (reposição da inflação mais aumento real de 5%), piso salarial de R$ 2.860,21 e participação nos lucros ou resultados (PLR) de três salários-base mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15, entre outras.
Durante a passeata, os protestos ressaltaram o descontentamento com a precariedade das condições de trabalho. O sindicato aponta estudos e pesquisas que mostram que a categoria está entre as que mais registram doenças relacionadas às atividades profissionais e responsabiliza diretamente as empresas pelos adoecimentos.
“A categoria bancária está entre as que mais sofrem com doenças ocupacionais relacionadas à forma de gestão dos bancos que impõem uma rotina de metas abusivas, extrema pressão e assédio moral como forma de aumentar a produtividade dos trabalhadores”, completou Juvandia. Transtornos mentais e lesões musculares são os males de maior incidência entre os bancários.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, lembrou o argumento dos banqueiros de que não podem dar aumento salarial por causa da crise econômica “Mas na hora de atender, os bancos extorquem o cliente nas tarifas, atendem mal, e banqueiro é isso, é um mal para a sociedade brasileira.”