Bancários do Rio promovem noite de autógrafo e debate sobre o livro A Privataria Tucana nesta quarta, 18

Evento no auditório do Sindicato deve se transformar em ato pela instalação da CPI da Privataria

 Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro promove nesta quarta-feira, 18, uma noite de autógrafo do livro ‘A Privataria Tucana’, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, seguido de debate. O evento, a ser realizado no auditório da entidade (Av. Pres. Vargas, 502, 21º andar), a partir das 18h30, deverá se transformar num ato pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, que investigue as graves denúncias contidas na publicação, de corrupção nas privatizações realizadas durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

Entre os parlamentares estará presente o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) que já conseguiu o número de assinaturas necessário para a instalação da CPI. A previsão é que, no total, 250 parlamentares apoiem a comissão. O apoio veio depois do lançamento do livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr.

Documentos secretos

As graves denúncias de corrupção envolvendo o governo tucano não ganharam destaque na mídia, mas foram contadas no livro em que o jornalista relata todo o esquema por trás da entrega do patrimônio público. Segundo a publicação, o país pagou R$87,6 bilhões para as empresas que compraram as estatais, ou seja, o governo do PSDB teria gasto R$,2,4 bilhões a mais do que o valor que a União alegava ter recebido. O governo FHC assumiu as dívidas dessas empresas, promoveu milhares de demissões, emprestou dinheiro público via BNDES aos compradores e ainda aceitou a utilização de “moedas podres”, ou seja, títulos do próprio governo que valiam metade do seu valor de face, como parte do pagamento.

O livro traz ainda documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil, nas Ilhas Virgens Britânicas. Segundo o livro, Ricardo Sérgio, também o ex-tesoureiro de Serra, tirou do Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos. A empreas Decidir.com, sociedade de Verônica Serra, filha de José Serra, e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Danie Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa de quebra de sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros por meio de contrato entre a Decidir.com e o BB.

Propina

O livro revela que Ricardo Sérgio Oliveira, teria sido o “artesão” dos consórcios da privatização das telecomunicações no país. O esquema envolvia o pagamento de propina dos empresários interessados em participar dos consórcios. O dinheiro era “lavado” em operações que envolviam empresas criadas em paraísos fiscais. Abrindo empresas desse tipo, a família de José Serra teria dado uma mãozinha à “privataria tucana”, principalmente o genro Alexandre Bourgeois, e a filha Verônica Serra. Todos eles, segundo a publicação, enriqueceram muito após o processo de privatização.