A Fenaban mais uma vez frustrou a expectativa da categoria, na terceira rodada de negociação…
Contraf-CUT
A Fenaban mais uma vez frustrou a expectativa da categoria, na terceira rodada de negociação da campanha salarial realizada com o Comando Nacional dos Bancários nesta quarta-feira 2, em São Paulo. Os banqueiros não apresentaram proposta de índice de reajuste nem valores para tíquete-refeição, auxílio-creche/babá e cesta-alimentação. Apenas sinalizaram com a disposição de formatar um novo modelo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Apesar dos lucros de R$ 14,3 bilhões obtidos pelos 21 maiores bancos no primeiro semestre deste ano, os bancos se negaram até mesmo a garantir a reposição da inflação dos últimos 12 meses. Mais: a Fenaban disse que "a tendência de aumento real é muito pequena".
Desde 2004, com mobilizações e greves, os bancários vêm conquistando reajustes acima da inflação. "Não abrimos mão de aumento real nesta campanha e queremos discutir a recomposição do poder de compra de salários", destaca o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro.
Os bancários reafirmaram a necessidade de valorizar os pisos salariais. Defenderam também que, além dos escriturários e caixas, sejam criados pisos para o primeiro comissionado e o primeiro gerente. Mas a Fenaban não apresentou proposta, desrespeitando os trabalhadores.
Os banqueiros também se recusaram a discutir Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), auxílio-educação e remuneração variável para inclusão na convenção coletiva, alegando que são assuntos de cada instituição. Além disso, não fizeram proposta para o aumento das verbas de alimentação e da gratificação de caixa.
Novo modelo de PLR
Os bancários reforçaram a necessidade de não-desconto na PLR dos programas próprios de renda variável e de que seja simples, transparente, segura e perene. A categoria reivindica PLR de três salários mais R$ 3.850 fixos para cada trabalhador.
Cadê a proposta?
"Nós exigimos uma proposta global para os bancários sobre todos os temas em negociação, que envolve questões como emprego, aumento real, valorização dos pisos, PLR maior, saúde, segurança e condições de trabalho", cobrou o presidente da Contraf-CUT.
Mobilização
Calendário de negociações
Sexta – dia 4 – Negociação específica com a Caixa
Quarta – dia 9 – Quarta rodada com a Fenaban (saúde, condições de trabalho e cláusulas sociais)
Sexta – dia 11 – Negociações específicas com o BB e a Caixa
O que os bancários querem
Reajuste salarial de 10% (o que significa aumento real de cerca de 6%).
PLR de três salários mais R$ 3.850.
Valorização dos pisos salariais
– portaria: R$ 1.432,90
– escriturário: R$ 2.047,00
– caixa: R$ 2.763,45
– primeiro comissionado: R$ 3.447,80
– primeiro gerente: R$ 4.605,73
Plano de cargos salários em todos os bancos.
Inclusão na Convenção Coletiva também da parte variável da remuneração.
Tíquete-refeição: R$ 19,25.
Cesta-alimentação: R$ 465 (um salário mínimo)
13ª cesta-alimentação
Auxílio-creche/babá: R$ 465