Bancada sndical perde força na Câmara dos Deputados

 

Em primeiro levantamento, DIAP identifica que a bancada sindical sofreu grave revés nestas eleições. Caiu dos atuais 83 representantes para 46. Desses, foram reeleitos 32, e novos são apenas 14. Este número poderá mudar, mas não será uma alteração significativa.

A cada eleição, a bancada sofre oscilação. Em 1988, foram eleitos 44 sindicalistas. Em 2002, o crescimento foi exponencial, 74. Talvez por influência ou reflexo da eleição de Lula. Em 2006, caiu para 54 representantes.

Este dado é extremamente preocupante, especialmente num ambiente de forte investida patronal sobre os direitos trabalhistas, sindicais e previdenciários no Congresso.

A bancada sindical dá sustentação e faz a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores, aposentados e servidores públicos no Congresso Nacional, além de intermediar demandas e mediar conflitos entre estes e o governo e/ou empregadores.

Parentes de parlamentares crescem na composição da Câmara

Levantamento preliminar do DIAP identificou o parentesco político dos eleitos e reeleitos nestas eleições. Foram eleitos 42 (novos) e reeleitos 40, num total de 82. Nas eleições de 2010, foram eleitos 78 deputados e deputadas com vínculos familiares.

A eleição ou reeleição de parentes reforça a tese de circulação no poder. Em geral, parentes mais próximos como pais, filhos e cônjuges são herdeiros eleitorais uns dos outros e compartilham o mesmo perfil político e ideológico.

Dentre os novos, destacam-se Arthur Bisneto (PSDB-AM), filho do prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB), campeão de votos no estado e único a atingir o quociente eleitoral. Além disso, foi o deputado que teve a maior votação proporcional no Brasil.

Há também o filho do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, Daniel Vilela (PMDB-GO), com 179.214 votos, que também atingiu o quociente. E o filho do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que disputa, em segundo turno, o governo do estado, Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), que saiu das urnas com 179.886 votos, outro campeão de sufrágios, que atingiu o quociente.

Entre as relações de cônjuges, identificamos, por exemplo, Rejane Dias (PT-PI), mulher do senador eleito governador do estado, Wellington Dias (PT). Ela foi a mais votada do estado, com 134.157 votos.

Bancada evangélica

Levantamento preliminar do DIAP, após as eleições, identifica 52 deputados que irão compor a bancada evangélica na legislatura que se inicia em fevereiro de 2015. Em 2010 foram eleitos 70 deputados e três senadores. A bancada deverá seguir tendência natural de crescimento, como nas eleições anteriores.

Dentre os 52 deputados e deputadas, 14 são novos/as, e 38 foram reeleitos/as.

Neste levantamento parcial, o DIAP considera apenas os reeleitos e alguns novos, que são reconhecidamente evangélicos porque ocupam cargos nas estruturas das instituições religiosas – como pastores, missionários, bispos e sacerdotes. Há ainda os cantores gospel.

O DIAP classifica como integrante da bancada evangélica, além dos bispos e pastores, aquele parlamentar que professa a fé segundo a doutrina evangélica.

Como ficou a Câmara dos Deputados

De acordo com o resultado das eleições de 2014 para a Câmara dos Deputados, pode-se concluir que:

1) a renovação foi de 46,78%, sendo 273 reeleitos e 240 novos;

2) aumentou o número de partidos com representação na casa, passando de 22 para 28;

3) aumentou o número de mulheres na Casa, que passou de 47 para 51;

4) PT, PMDB e PSDB continuam, respectivamente, como a primeira, segunda e terceira bancadas;

5) dos três grandes partidos a partir de 2015, com mais de 50 deputados, apenas o PSDB cresceu;

6) dos sete partidos médios a partir de 2015, com entre 20 e 49 deputados (PSD, PP, PSB, PR, PTB, DEM e PRB), somente o PSB, o PTB, o PRB e o PR cresceram;

7) dos seis pequenos a partir de 2015, com entre 10 e 19 deputados (PDT, SD, Pros, PSC, PCdoB e PPS) apenas o PPS e o PDT;

8) dos três partidos muito pequenos a partir de 2015, com entre 5 e 9 deputados (PV, PSol e PHS) apenas o PV diminuiu;

9) dos nove partidos chamados nanicos a partir de 2015, com entre 1 e 4 deputados (PRP, PTN, PMN, PEN, PSDC, PTC, PRTB, PSL e PTdoB) apenas o PEN, e o PRP cresceram;

10) seis partidos que não tinham representação na Câmara (PHS, PTN, PTC, PSDC, PRTB e PSL) passaram a ter; e

11) deputados que atingiram quociente eleitoral passou de 36, em 2010, para 35, em 2014.

Como ficou o Senado

Houve uma renovação de 1/3 dos senadores, isto quer dizer que os brasileiros elegeram 27 senadores para um mandato que começa em 2015 e se encerra em 2022, já que o mandato no Senado é de oito anos.

O partido mais exitoso foi o PMDB, com a eleição de cinco senadores. O segundo foi o PSDB, com quatro, empatado com o PDT. PSB e DEM conseguiram eleger três senadores cada um; PT, PTB e PSD conquistaram duas cadeiras cada. PR e PP uma cadeira cada.

Dessa forma, já contando os senadores eleitos governadores no primeiro turno – Pedro Taques (PDT-MT) e Wellington Dias (PT-PI) – a nova composição da Casa, a partir de 2015, continuará tendo o PMDB como maior partido, com 19 senadores.

A segunda maior legenda será o PT, com 13 cadeiras, seguido do PSDB com 10, PSB com sete, PDT com seis senadores, PP e DEM com cinco, PR, PSD e PTB terão três cada; PCdoB, PRB, PPS, Pros, PSC, PSol e SD terão um senador cada.

Fonte: Diap