Balanço da Petrobrás desmonta farsa da gestão Parente

Os resultados da Petrobrás neste segundo trimestre confirmam os alertas da FUP e de seus sindicatos: a gestão Pedro Parente mente para a sociedade, mente para os acionistas e mente para os trabalhadores. Apesar de ter alcançado um lucro operacional de R$ 15 bilhões, 5% superior ao do primeiro trimestre, a empresa registrou lucro líquido de R$ 316 milhões, 93% abaixo do período anterior.

Só em antecipação de pagamento de tributos ao governo federal, a Petrobrás gastou R$ 6,2 bilhões, praticamente o mesmo valor obtido com a venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS): R$ 6,97 bilhões. Dinheiro que chegou aos cofres do governo justamente quando Temer precisava de caixa para cobrir os R$ 15 bilhões que liberou em verbas para salvar o seu mandato e aprovar a reforma trabalhista.

Pedro Parente, que assumiu a Petrobrás anunciando que não haveria mais interferência política na empresa, faz exatamente o oposto, direcionando a companhia para atender aos interesses do governo Temer e favorecer os grupos privados do setor de óleo e gás. Neste segundo trimestre, a Petrobrás amargou a menor produção de derivados dos últimos sete anos (1,798 milhões barris/dia), reflexo do desmonte das refinarias, que estão operando com carga cada vez mais reduzida, enquanto o país aumenta a importação de gasolina e diesel.

No primeiro semestre, a importação de derivados cresceu 33% em relação ao mesmo período do ano passado, beneficiando as importadoras. Ao reduzir a participação da Petrobrás no refino e na distribuição, a gestão Pedro Parente acelera o processo de desindustrialização da companhia, que deixa de ser uma empresa do poço ao posto, para se configurar como uma exportadora de óleo cru, passando a atuar do poço ao porto.

Mesmo com tantos ataques, a Petrobrás gerou no semestre R$ 22,7 bilhões de caixa, 70% a mais que no primeiro semestre de 2016, resultado que poderia ser melhor, não fosse a redução dos investimentos e do ritmo de exploração de petróleo nos campos fora do pré-sal. Cada vez fica mais claro que a empresa tem fôlego para sair da crise sem precisar se desfazer de ativos estratégicos. As alternativas que os petroleiros propuseram na Pauta pelo Brasil, como o alongamento da dívida, estão se confirmando como estratégias importantes para gestão da dívida.

Os problemas da Petrobrás não são estruturais, como tentou fazer crer Pedro Parente para justificar a falácia de que a companhia estava quebrada. A imagem que tentou construir de gestor técnico, cuja missão era “salvar” a empresa, não passa de uma farsa. O objetivo sempre foi tentar legitimar a privatização de todo o Sistema Petrobrás, o que não conseguiu fazer no governo FHC. Só não viu quem não quis.

FUP