Audiência pública no Senado debate monopólio estatal do petróleo

Nesta quarta-feira, 04, a FUP e seus sindicatos realizam em Brasília uma grande manifestação no Senado…

       

      

Imprensa da FUP  – fotos da Agência Senado

“Petrobrás estatal é soberania nacional”, “Petróleo para o resgate da dívida social”, “O petróleo tem que ser nosso – 100% Brasil”, “Exigimos de Lula o fim dos leilões do petróleo”. Essas e outras faixas e cartazes tomaram o auditório Petrônio Portela, no Senado, onde trabalhadores, estudantes e militantes sociais lotaram a audiência pública realizada nesta quarta-feira, 04, pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Foi a sexta audiência realizada pela Comissão para debater a proposta da FUP e movimentos sociais para a nova lei do petróleo.

Mais de 500 pessoas acompanharam o debate, que contou com a participação de representantes das centrais sindicais (CUT, CTB e CGTB), MST, FUP, OAB, Aepet, Sindipetro-RJ, além dos parlamentares presentes.

Ônibus com petroleiros de São Paulo, Duque de Caxias (RJ), Bahia e Minas Gerais chegaram cedo a Brasília para a audiência. Cerca de 90 estudantes secundaristas do CEM 02, uma das maiores escolas públicas do Gama, município da periferia de Brasília, também compareceram ao debate, assim como representações sindicais de todas as bases da FUP, bancários, servidores públicos, trabalhadores agrícolas, militantes da UNE, do MST e de outros movimentos sociais. Integrantes do Movimento dos Petroquímicos Demitidos (Moped) também estiveram presentes, vindos em caravana do Rio de Janeiro.

Os senadores Paulo Paim (PT/RS), Cristovam Buarque (PDT/DF), Jefferson Praia (PDT/AM) e Marcelo Crivella (PRB/RJ) compareceram a audiência, assim como os deputados federais Fernando Marroni (PT/RS), Luiz Sérgio (PT/RJ) e Luiz Alberto (PT/BA). Foram ouvidos na audiência o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes; o representante do MST, Joba Alves; o dirigente da CUT-DF, Ismael José César; o dirigente da CTB, José Divanilton Pereira; o dirigente da CGTB, Ubiraci Bras de Oliveira; representante do Conselho Federal da OAB, Marthius Sávio Lobato; e o dirigente do Sindipetro-RJ e representante da Aepet, Francisco Soriano. Todos foram unânimes em defender a urgência de uma nova lei do petróleo que garanta o controle estatal e social deste estratégico recurso.

A cada falação dos debatedores a favor do projeto dos movimentos sociais, os estudantes e trabalhadores se manifestavam com o coro “não tem jeito não, o monopólio é a solução”, entre outras palavras de ordens. O estudante Romerick Gregório Miranda do Carmo, 16 anos, aluno do primeiro ano do segundo grau da escola CEM 02, participava animado das manifestações, levantando seu cartaz em defesa do petróleo para o povo brasileiro. “Temos que lutar pelo que é nosso”, declarou, confessando que seu sonho é trabalhar na Petrobrás.

Ao final da audiência pública, os senadores Paulo Paim e Jefferson Praia anunciaram em primeira mão a aprovação da Sugestão Legislativa feita pela FUP e movimentos sociais. “A proposta do poder executivo é um avanço em relação ao marco regulatório atual, mas está longe daquilo que os trabalhadores e os movimentos sociais reputam como ideal para o Brasil. Esse modelo ideal está consolidado no projeto de lei cuja pertinência ora de debate nesta Comissão (CDH)”, declarou o senador Paulo Paim, em seu voto favorável à proposta dos trabalhadores para a nova lei do petróleo.

Os estudantes, sindicalistas e militantes sociais que lotavam o auditório do Senado comemoraram o projeto de lei, cantando o Hino Nacional, com a certeza de que esta é mais uma etapa de uma luta árdua, que deve ser travada tanto no Congresso Nacional, como nas ruas, mobilizando a população em defesa da soberania nacional.