FUP denunciará desmonte da Petrobrás em audiência pública nesta quarta, na ALBA

A direção da FUP, que já se encontra em Salvador para o XVII Confup, participará da audiência pública convocada pelo Sindipetro Bahia para esta quarta-feira, 02, na Assembleia Legislativa do estado (ALBA). Os petroleiros denunciarão os impactos do desmontes do Sistema Petrobrás, que passa por um intenso ataque do governo golpista, com privatizações em curso de várias unidades estratégicas, do refino aos campos de produção e exploração de petróleo. A audiência terá início às 14h, no auditório do edifício senador Jutahy Magalhães, com o tema “O Sistema Petrobrás na Bahia: desafios e perspectivas”.

A audiência contará com a participação de economistas, parlamentares, estudantes de cursos técnicos, professores, engenheiros, representantes do setor naval, dos movimentos sociais, do governo do Estado, além da categoria petroleira, prefeitos e população de diversos municípios, onde os investimentos da Petrobrás impactam na geração de renda e emprego. A direção da empresa também foi convidada para o debate.

A venda de ativos da Petrobrás vai trazer consequências negativas não só para dezenas de municípios baianoso, como para o país, de uma forma geral, pois atinge diretamente diversos estados brasileiros, com fechamento de postos de trabalho e redução da arrecadação de impostos.

Estão vendendo tudo, denuncia o coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, “já venderam 50% das termelétricas Rômulo Almeida e Celso Furtado e já colocaram à venda a Rlam, o Terminal de Madre de Deus, os campos terrestres; a Liguigás já foi vendida, assim como a Petroquímica de Suape e a nossa participação na Braskem; a BR Distribuidora está prestes a ser entregue e também a PBIO”.

Em relação aos campos terrestres, na Bahia estão à venda o campo terrestre de Buracica, localizado no município de Alagoinhas, que tem quase 70 anos de atividade e continua dando lucro operacional, e o campo de Miranga, um dos maiores produtores de gás do Brasil, que fica no município de Pojuca.

Os dois campos juntos geram cerca de 700 empregos, entre diretos e indiretos, geram também receitas para os munícipios, com pagamentos de royalties e ISS, além de contribuir para o desenvolvimento local e social. Então é um grande prejuízo a saída da Petrobrás, a privatização desses campos.

De acordo com o economista Rodrigo Leão, pesquisador do Grupo de Estudos Estratégicos de Propostas da FUP (GEEP), a Petrobras já vendeu US$ 13,6 bilhões em ativos e já reduziu em mais de 75% os investimentos realizados entre 2013 e 2016, saindo de US$ 48,8 bilhões para US$ 11,5 bilhões. Ele ressalta que esse processo de privatização tem influenciado todas as regiões em que a companhia atua, principalmente aquelas em que os negócios não considerados mais estratégicos estão presentes.

De acordo com o economista, no caso do estado da Bahia, o impacto é ainda maior, uma vez que a maior parcela dos negócios da Petrobras na região se concentra nas áreas de: E&P (campos terrestres), refino, distribuição, G&E, biocombustíveis e fertilizantes.

A audiência desta quarta, portanto, será fundamental para envolver a sociedade baiana no debate e apontar saídas para este difícil momento que a classe trabalhadora atravessa, com as reformas e ataques ao patrimônio público e aos direitos conquistados nos últimos anos. 

Confira a programação da audiência:

Dia: 02 de agosto de 2017, quarta-feira
Local: Auditório do edifício senador Jutahy Magalhães, na ALBA
Horário: 14h

Mesa:

Jonas Paulo – presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

José Sérgio Gabrielli – economista, professor e ex-presidente da Petrobrás

Jacques Wagner – Secretário de Desenvolvimento Econômico do governo do Estado da Bahia

Cedro Silva – presidente da CUT Bahia

Rodrigo Leão – economista, pesquisador do Centro Celso Furtado e membro do GEEP (Grupo de Estudos Estratégicos de Propostas da FUP)

Anabal Santos Júnior – secretário executivo da ABPIP (Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás)

Ariovaldo Santana da Rocha – presidente do SINAVAL (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore

Geranilson Dantas – prefeito de Catu 

Marco Antônio Amigo – presidente do CREA Bahia

Edson Carlos Rocha – secretário de administração e finanças e coordenador do setor naval da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos)

Rosemberg Pinto – deputado estadual (PT-BA) – Autor da Audiência

Deyvid Bacelar – coordenador do Sindipetro Bahia

José Maria Rangel – coordenador da Federação Única dos Petroleiros