A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado realizou no último dia 08/11 uma Audiência Pública para debater os planos de investimento e estrutura de gestão da Petrobrás no Rio Grande do Norte, em especial quanto à Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC).
O evento foi motivado, principalmente, pela mudança de status da RPCC, que passa a ser gerenciada pela Diretoria de Exploração & Produção, saindo da esfera da Diretoria de Refino e Gás Natural.
Atualmente, a Refinaria Potiguar tem capacidade para refinar 45 mil barris de petróleo por dia, abastecendo os mercados do Rio Grande do Norte e de parte do Estado do Ceará com gasolina, querosene de aviação e óleo diesel. A unidade recebe todo o petróleo e gás natural produzidos nos campos marítimos e terrestres da Bacia Potiguar (RN e CE) e abastece os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba.
A continuidade da RPCC no Plano Estratégico da Petrobras é fundamental para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte, defendeu a senadora Fátima Bezerra (PT/RN), propositora da audiência. Ela ressaltou que a empresa é importante para a geração de emprego e renda no Rio Grande do Norte e para o desenvolvimento regional, não só do estado como dos estados vizinhos. “Qualquer alteração da Petrobras precisa ser feita com a sociedade e os representantes envolvidos. A empresa não deve ter apenas a lógica mercadológica; ela tem que ter uma visão de responsabilidades social, pois é o ativo mais importante para o desenvolvimento nacional do Nordeste e do Rio Grande do Norte´, além de ter um corpo técnico altamente preparado”, explicou.
Para a Diretoria Colegiada do SINDIPETRO-RN, a transformação da Refinaria Clara Camarão em Ativo Industrial vinculado à Diretoria de Exploração & Produção é parte de um movimento maior que a Petrobrás já vem fazendo, e que visa se retirar de atividades de exploração e produção em terra.
Concentrando-se em atividades de extração e venda de óleo cru extraído da fatia que lhe couber do Pré-sal, a fim de obter lucro fácil e rápido, a gestão comandada por Pedro Parente vem acelerando o processo de desintegração da Companhia, vendendo unidades e ativos em outras áreas, sem nenhuma preocupação com os reflexos econômicos e sociais dessas decisões.
Durante a audiência, o representante da Petrobras, Tuerte Rolim, garantiu que a refinaria não perderá status e que não haverá demissões. Ele destacou que a empresa está adequando seu plano de negócios e otimizará a estrutura existente da refinaria Potiguar Clara Camarão. “A refinaria e a Unidade de Tratamento e Processamento de Fluidos farão parte do ativo industrial de Guamaré. A refinaria continuará conectada com a área de refino e gás natural e continuará produzindo derivados. Não haverá demissões. Os empregados serão transferidos para a área de Exploração e Produção”, explicou.
Jean-Paul Prates, presidente do Sindicato das Empresas do Setor Energético do Rio Grande do Norte, declarou que a refinaria é importante para o desenvolvimento industrial do Estado. “Ninguém está aqui fazendo alarmismo. O Rio Grande do Norte exerce o seu direito pleno de acompanhar toda e qualquer medida anunciada pela Petrobras quanto a atividades em seu território, pois ela ainda representa mais de um terço do produto industrial do estado. É legítimo e necessário que o Rio Grande do Norte se prepare para fazer face a esses planos, sejam eles de revitalização ou de desmobilização das atividades da Petrobras!”, argumentou.
Participaram também da audiência pública o diretor do Sindipetro/RN, José Antonio de Araújo; o vice-presidente da Federação das Indústria do Rio Grande do Norte, Francisco Vilmar; o secretário adjunto da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Otomar Lopes; e o gerente -geral de eficiência operacional, Daniel Sales. Estiveram presentes ainda os senadores Agripino Maia e Garibaldi Alves e os deputados federais Zenaide Maia, Beto Rosado, Rafael Motta, Felipe Maia, Walter Alves e Antônio Jácome.
A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado ficou de encaminhar algumas questões técnicas sobre a Refinaria Potiguar Clara Camarão e plano de negócio da empresa no Rio Grande do Norte. A Petrobras ficou de responder e entregar formalmente os questionamentos da comissão. “ A reunião foi muito produtiva e esclarecedora. A bancada federal e toda sociedade continuarão vigilantes”, concluiu a sendora Fátima Bezerra.
Com informações do Sindipetro-RN e da Agência PT