Ato público na Assembleia da Bahia construirá ações para permanência da Petrobrás no estado

 

Quais os impactos para a economia do estado da Bahia e seus municípios com a saída da Petrobrás da região?

Como absorver milhares de desempregados, trabalhadores próprios e terceirizados?

Qual a consequência para a economia da Bahia da perda de outros milhares de trabalhadores do Sistema Petrobrás que serão transferidos para outros estados?

A direção do Sindipetro Bahia, trabalhadores, comerciantes, empresários, prefeitos e parlamentares do estado não querem só respostas para estas perguntas. Eles querem ações objetivas para manter a Petrobrás na Bahia.

Organizados em torno do assunto, eles participam na segunda-feira, 23, do Ato Público em Defesa da Petrobrás na Bahia, que será realizado pela manhã na Assembleia Legislativa (ALBA), no Auditório Jorge Calmon.

O coordenador da FUP, José Maria Rangel, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, o ex-diretor de exploração e produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, o pesquisador do Ineep, William Nozaki, são alguns dos convidados que já confirmaram presença no evento.

A Petrobrás emprega atualmente cerca de 4 mil trabalhadores efetivos (concursados) e 13 mil terceirizados na Bahia.

A estatal já anunciou a venda de diversas unidades no estado, como a Rlam, Transpetro, Biodiesel, alguns campos terrestres, localizados na UO-BA, termoelétricas e ainda o fechamento da Fafen Bahia e, recentemente, a desocupação do Edifício Torre Pituba, transferindo parte dos 1.500 trabalhadores próprios para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espirito Santo e rescindindo os contratos das empresas prestadoras de serviços, o que deve levar à demissão dos cerca de 2 mil trabalhadores terceirizados.

“Não se trata apenas dos empregos dos petroleiros, mas da economia do estado. Nos anos de 2012 e 2013, a Petrobras já chegou a investir na Bahia cerca de R$ 1 bilhão de reais por ano, gerando emprego e renda. Infelizmente, agora, o que vemos é o desinvestimento, e a  estatal começar a colocar em prática a sua sinalização de retirar seus negócios do Norte e Nordeste, começando no lugar onde o petróleo foi descoberto no Brasil e a Petrobrás nasceu; o estado da Bahia”, lamenta o coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, para quem “existe possibilidade, sim de mudar ou amenizar esse quadro. Essa é nossa proposta e buscamos apoio daqueles que têm esse mesmo sentimento”.

A Bahia é o único estado do Brasil, onde a Petrobras desenvolve todas as suas atividades econômicas: refino (Rlam), logística (Transpetro), produção de fertilizantes, ureia e amônia (FAFEN), Biodiesel (PBIO), energia elétrica (Termoelétricas), produção de petróleo e gás (Campos Terrestres) e administração dos ativos (EDIBA/Torre Pituba).

Para o Diretor de Comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, a decisão da atual gestão da Petrobrás, não é econômica e nem técnica, mas politica. As unidades da Petrobrás no estado continuam gerando lucros. A UO-BA (Unidade Operacional da Bahia), por exemplo, é um negócio de 3,5 bilhões de reais por ano. Essa Unidade para a Petrobrás é pequena, mas para a Bahia é grande, gera aqui cerca de 6 mil empregos diretos e indiretos (trabalhadores terceirizados e próprios), somando isso à FAFEN, RLAM, Transpetro, Termoelétricas, Campos Terrestres, Petrobrás Biodiesel e outras unidades da empresa, é possível perceber que a Petrobrás tem um tamanho colossal para o estado. Tirar esse negócio da Bahia, vender e paralisar as unidades é assustador”.

“Na nossa visão, o estado da Bahia vai pagar por isso. Os empregos diretos e indiretos, as cidades onde têm contratos terceirizados, o impacto nos municípios da Bahia. A gente não sabe quantificar, mas no médio e longo prazo vai trazer um forte impacto”, pontua Radiovald

O Diretor da FUP, Deyvid Bacelar, lembra que desde o governo Temer o Sindipetro Bahia vem denunciando a intenção da Petrobrás de encerrar suas atividades na Bahia. “Essa luta, pela permanência da estatal no estado, é antiga para nós que já realizamos diversas mobilizações, greves e audiências públicas, alertando, inclusive aos prefeitos dos municípios, o que poderia acontecer. Infelizmente, o alerta virou realidade. O lado positivo é que podemos contar com os parlamentares de esquerda, que sempre estiveram ao nosso lado em defesa da Petrobrás. Mas queremos mais, devido à sua importância, entendemos que essa é uma luta suprapartidária. Então, aqueles que realmente pensam no interesse da Bahia são bem vindos”.

[Com informações do Sindipetro Bahia]