Acontece agora na Assembleia Legislativa do estado, grande Ato em Defesa da Petrobrás na Bahia, que reune parlamentares de diversos partidos, prefeitos, vereadores, a categoria petroleira e a sociedade organizada. A Assembleia Legislativa do Estado da Bahia está lotada, tanto no auditório, como do lado de fora com aproximadamente 2 mil pessoas.
O Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel e o economista e pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (INEEP), William Nozaki estão presentes e vão falar sobre a gravidade da situação, que atinge não só os funcionários próprios e terceirizados da Petrobras, como também diversos municípios e o estado da Bahia, que vão perder receitas como ISS e ICMS e também com a transferência dos trabalhadores concursados para outros estados, o Sindipetro Bahia está tentando criar uma rede suprapartidária, envolvendo, inclusive parlamentares e prefeitos de outros partidos para trabalhar de forma conjunta pela permanência da Petrobras na Bahia.
Petrobras
A Petrobrás tem hoje, na Bahia, cerca de 4 mil trabalhadores efetivos (concursados) e cerca de 13 mil terceirizados (esse número flutua), espalhados em todas as unidades da empresa.
A estatal já anunciou a venda de diversas unidades como a RLAM, Transpetro, Biodiesel, alguns campos terrestres, localizados na UO-BA, termoelétricas e ainda o fechamento da FAFEN Bahia e, recentemente, a desocupação do Edifício Torre Pituba, transferindo parte dos 1.500 trabalhadores próprios para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espirito Santo e rescindindo os contratos das empresas terceirizadas, que prestam serviço no Torre Pituba, o que, consequentemente deve levar à demissão dos cerca de 2 mil trabalhadores terceirizados.
Em relação aos trabalhadores concursados, a Petrobrás trabalha em duas frentes: a estatal espera que até junho do ano que vem, destes 4 mil, cerca de 800 façam adesão ao PDV (Plano de Demissão Voluntária). Muitos serão transferidos e poucos devem permanecer na Bahia, sendo alocados na UO-BA (Unidade Operacional). Recentemente, a estatal lançou um PDV específico para aqueles trabalhadores que não têm tempo de aposentadoria.
De acordo com relatos dos empregados, lotados no Torre Pituba, o clima no edifício é muito ruim, inclusive porque “a cada dia a direção da Petrobras deixa mais claro que não há lugar para todos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espirito Santo”.
Os funcionários reclamam também que aqueles que conseguem uma colocação em um desses estados estão sendo transferidos de forma imediata sem tempo sequer para organizar suas vidas.
Além da perda de receita para o estado e municípios, um dos problemas é que esses trabalhadores moram na Bahia há anos, têm vida estabelecida no estado, com filhos matriculados em escolas, esposas trabalhando (muitas também concursadas), casa própria (não pagam mais aluguel) e injetam na economia baiana, com seus salários e benefícios, cerca de 80 milhões de reais por mês. A saída deles para outros estados vai impactar, sem sombra de dúvida, a economia do estado.
O Sindipetro Bahia afirma, mais uma vez, que a justificativa para a saída da Petrobras da Bahia não é técnica ou econômica, mas política. A decisão da Petrobrás foi de retirar esses investimentos do Nordeste e focar em outros estados ou através da venda ou do fechamento de unidades, que ainda são rentáveis e agregam valor à economia do estado.
A Petrobras atua em várias cidades do estado, sendo o único lugar do Brasil onde desenvolve todas as suas atividades econômicas. A estatal tem a RLAM (refino), Transpetro (logística) Fafen (fertilizantes, ureia e amônia) PBIO (Biodiesel), Termoelétricas (energia), Campos Terrestres (produção de petróleo e gás) e EDIBA (prédio administrativo), Liguigás – subsidiária- (engarrafamento, distribuição e comercialização de gás de cozinha) e a BR Distribuidora, que já foi vendida.
Com informações do Sindipetro BA