Ato público em Brasília reafirma urgência da retomada do monopólio estatal do petróleo

A FUP, junto com as centrais sindicais CUT e CTB e movimentos sociais, como o MST, realizou…

Imprensa da FUP

 

A FUP, junto com as centrais sindicais CUT e CTB, o MST e outros movimentos sociais,  realizou na manhã desta quarta-feira, 03, manifestação em frente ao Congresso Nacional para reafimar a urgência de uma nova lei do petróleo que acabe com os leilões e crie um fundo social soberano para gerir as riquezas do pré-sal. Os manifestantes tentaram ocupar o Salão Verde do Senado Federal, em protesto contra a CPI da Petrobrás, que estava prevista para ser instalada hoje, mas foi adiada.

O Congresso armou um forte esquema de segurança, tentando impedir o acesso dos manifestantes às instalações do Senado, dificultando, inclusive, o trânsito entre os gabinetes dos parlamentares. A FUP, CUT e CTB decidiram transferir o ato para o Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, onde começa nesta quarta-feira o seminário "O Brasil diante do pré-sal", organizado pela Comissão de Minas e Energia. 

O coodenador da FUP, João Antônio de Moraes, leu no plenário do auditório a Carta Aberta que foi distribuída aos parlamentares do Congresso, onde a Federação ressalta a urgência de uma nova lei do petróleo e manifesta preocupação em relação à CPI, que pode paralisar a Petrobrás e os investimentos que estão sendo feitos no país. Veja abaixo a íntegra do documento.

Manifestação contra a CPI

Do lado de fora do Congresso, cerca de três mil manifestantes participaram do ato político, organizado pela FUP e pelas centrais, que cobrou a retomada do monopólio estatal do petróleo e uma Petrobrás 100% pública e com compromisso social. Dirigentes sindicais, lideranças sociais e parlamentares da esquerda criticaram veementemente a CPI, esclarecendo que é uma manobra politiqueira da oposição para dificultar mudanças na atual legislação do petróleo e retomar o projeto neoliberal de privatização da Petrobrás.

Dezenas de caravanas de trabalhadores e militantes dos movimentos sociais chegaram à Brasília para o ato, vindas de vários estados do país. Os sindicatos de petroleiros filiados à FUP enviaram 11 ônibus para a manifestação, com trabalhadores da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Duque de Caxias, Norte Fluminense e de São Paulo.

CARTA ABERTA AOS PARLAMENTARES

Por uma Petrobrás 100% pública e com compromisso social! Pela retomada do monopólio estatal do petróleo! 

Os trabalhadores, estudantes, militantes sociais e todos os brasileiros que defendem a soberania nacional estão nas ruas, de prontidão, para impedir qualquer tentativa de retomada do projeto de privatização da Petrobrás. A CPI instalada no Senado tem por objetivo desestabilizar a maior empresa pública da América Latina, que tem sido fundamental para alavancar o crescimento do nosso país, movimentando a economia, gerando empregos e fazendo do Brasil uma potência mundial na produção de petróleo e gás e no desenvolvimento de tecnologias de ponta. 

Tanto o Banco Mundial, quanto o FMI, vêm destacando que a economia brasileira apresenta um diferencial em relação aos demais países nesta que é a maior crise econômica que o mundo moderno já passou. Este diferencial tem nome: a Petrobrás, que, sozinha, responde por mais de 20% de todos os investimentos anualmente feitos no país. É neste cenário de mundo em crise, com claros reflexos na economia brasileira, que os parlamentares da oposição resolveram instalar uma CPI para investigar a empresa. Eles sabem que uma investigação do Senado Federal pode dificultar a captação dos recursos internacionais que são fundamentais para a Petrobrás realizar seus investimentos previstos. 

Querem parar a Petrobrás para que os efeitos da crise internacional no país se agravem. Mais do que isso, querem que o governo recue na sua intenção de fazer chegar aos mais pobres a riqueza gerada com a exploração do pré-sal. Uma riqueza estimada entre US$ 3 trilhões e US$ 9 trilhões! Estas são as reais intenções da CPI armada contra a Petrobrás, que tem por objetivo impedir mudanças na atual legislação, beneficiando as multinacionais que querem continuar explorando, de forma predatória, o petróleo brasileiro.
 
A campanha “O petróleo tem que ser nosso” aglutinou trabalhadores, estudantes, movimentos populares e frentes de esquerda na luta por uma nova legislação, que restabeleça o monopólio estatal do petróleo e uma Petrobrás 100% pública e com compromisso social. Só assim, garantiremos que as riquezas geradas pelo pré-sal sejam utilizadas em benefício da população e não dos grupos econômicos privados. Portanto, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) continuarão nas ruas, de prontidão, defendendo o patrimônio público e a soberania nacional, desmascarando esses parlamentares entreguistas e antipatriotas.

  

Brasília, 03 junho de 2009

Federação Única dos Petroleiros

Central Única dos Trabalhadores

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil