Ato pela vida na Recap: “A Petrobrás está terceirizando a morte”

Petroleiros realizam atos pela vida nas bases das duas federações da categoria; em São Paulo mobilização ocorreu na Recap e exigiu condições de segurança no trabalho

[Da Comunicação do Sindipetro Unificado/ Fotos: Guilherme Gandolfi]

Não é uma notícia antiga, é uma realidade que não encontra solução no Sistema Petrobrás. Mais uma vez trabalhadores que saíram de casa para prestar serviços à empresa, não voltaram. Dessa vez, um grave acidente matou dois trabalhadores que prestavam serviço para a Transpetro no Terminal de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Por esse motivo, petroleiros e petroleiras estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (29/11) frente à Refinaria de Capuava (Recap), exigindo respeito e condições de segurança para os trabalhadores e trabalhadoras de todo o Sistema Petrobrás.

O diretor do Sindipetro Unificado e da FUP, Pedro Augusto, afirmou durante o ato: “Estamos falando de companheiros que não voltaram para casa porque foram vítimas de uma política de insegurança que se arrasta, não foi a toa que nos últimos anos parte da política de desmonte da Petrobrás foi também desmontar as condições de trabalho”. O diretor disse ainda: “A gente sabe que os mais impactados são os nossos companheiros contratados. Dessas cinco mortes, as cinco são de companheiros contratados, petroleiros que são do setor privado, que assim como cada um que está aqui é fundamental para fazer essa empresa funcionar”. Nesse sentido, o diretor da FUP, Renato Felippe, afirmou que a “A Petrobrás está terceirizando a morte”.

O ato, que teve a adesão dos trabalhadores e trabalhadoras, contou com o apoio do Sindicato dos trabalhadores nas indústrias da construção e do mobiliário, o Construmob, que na fala do dirigente Carlão Menegatti destacou a parceria entre a entidade e o Sindipetro Unificado e reforçou a necessidade de lutar por condições dignas de trabalho, com segurança e respeito à vida dos trabalhadores.

O diretor do Sindipetro Unificado, Steve Austin, destacou a importância de unir os trabalhadores para garantir melhores condições: “Nós temos que nos identificar como trabalhadores, não somos colaboradores, não estamos na mesma condição de trabalho. Quando eles falam para vocês que vocês são colaboradores, é para amansar os trabalhadores, para deixar vocês iludidos de que estão na mesma condição que o dono. Não estão, e neste momento, com uma fatalidade dessas, nós temos que fazer um debate classista, existem os donos das empresas e a gente aqui trabalhando. Só nós morremos em acidente de trabalho, só de um lado”. Para Austin, o momento é de pedir respeito e exigir condições de saúde e segurança adequadas: “A Petrobrás tem que mudar sua política de SMS, que é uma política ainda atrasada, aquela política punitivista, não é assim que se constroi cultura de segurança. E com conscientização, com treinamento, com valorização do trabalho que vamos garantir uma cultura de segurança”.

Juliano Deptula, diretor do Unificado, citou um acidente grave na empresa C3 da Recap ocorrido nesta quinta-feira (29) para reforçar a exigência de maior segurança e disse aos trabalhadores presentes: “Precisamos nos somar nessa luta para cobrar dignidade e respeito à vida do trabalhador e da trabalhadora, não podemos aceitar que a vida seja tratada como algo descartável pela gestão da empresa”.