Mais de 1 mil trabalhadores aderiram ao ato em defesa da Petrobrás, realizado hoje de manhã (22.07), no prédio do Edisp (sede administrativa da Petrobrás), na Avenida Paulista, em São Paulo. A direção do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) promoveu um atraso de três horas na entrada do pessoal. A mobilização é preparatória para a greve de 24 horas, que acontece nesta sexta-feira (24) em todo o sistema Petrobrás.
Com bandeiras e faixas nas mãos, os dirigentes protestaram contra o projeto de lei do senador José Serra, que pretende entregar o pré-sal do povo brasileiro às multinacionais petrolíferas, e ao atual plano de desinvestimento anunciado pela estatal, que deverá provocar milhares de demissões. “Apenas entre os terceirizados, a previsão é que haja mais de 100 mil demitidos”, afirmou a coordenadora do Unificado, Cibele Vieira.
Em relação ao projeto de Serra, Cibele destacou que se for aprovado, o Brasil deixará de explorar sua própria riqueza. “A exploração do petróleo brasileiro será feita por alguma empresa estrangeira, que irá retirar óleo bruto e depois revender para nós manufaturado. Se o Congresso derrubar a lei de partilha, a Educação e a Saúde irão perder bilhões em recursos. A gestão da Petrobrás hoje é contra o Brasil!”, declarou.
O diretor da CUT e dirigente bancário, Jacy Afonso, denunciou que Aldemir Bendine aplicou a mesma visão de mercado quando estava à frente do Banco Brasil. “O Dida (Bendine) mudou até a missão do BB, quem entrar no site pode ler que o Banco do Brasil tem a missão de ser um banco de mercado com espírito público. É isso que ele quer fazer com a Petrobrás também”, afirmou.
O coordenador do Daesp (Departamento de Aposentados do Sindicato), Jairzinho, reforçou a necessidade de união de todos os trabalhadores nesse árduo tempo que a classe enfrenta.
O diretor da Regional Mauá do Sindicato Auzélio Alves convocou todos a participarem da greve na sexta-feira. “O desinvestimento será o caos para os trabalhadores e para o Brasil”, alertou.
Representantes de outras entidades, como MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem), Apeoesp (sindicato dos professores de São Paulo) e Coletivo Juventude e Revolução apoiaram o ato e expressaram, publicamente, sua solidariedade à luta dos petroleiros.
Exposição e teatro
A exposição itinerante “A greve do fim do mundo”, que conta a história da greve dos petroleiros de 32 dias em 1995, foi instalada no saguão do Edisp e está aberta para visitação. A mostra fica até a próxima semana. Nesta sexta, 24, como parte das mobilizações no Edisp ocorre a apresentação teatral baseada nos fatos da greve de 1995.
Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo