Ao som do Trio Nordestino, que entoou canções de Luiz Gonzaga para aquecer a fria manhã paulistana, diversas entidades sindicais e sociais promoveram, nesta terça, 27, mais um grande ato em defesa da Petrobrás e pela empresa 100% pública. Cerca de 300 pessoas se concentraram em frente ao Edifício Sede (Edisp) para protestar contra os ataques de cunho eleitoral promovidos contra a maior empresa brasileira.
Pelos sindicatos de petroleiros fizeram uso da palavra os companheiros Zé Araujo (Sindipetro RN), Vitor (Sindipetro NF) Silvanei (PR), Paulo Roni (ES) e Cibele Vieira (Unificado-SP). Outros sindipetros, como o de Minas Gerais, estavam presentes, mas fizeram apenas uma saudação para dar oportunidade de outros movimentos se manifestarem.
José Araujo destacou que o projeto de empresa que os petroleiros querem é ver a Petrobrás voltada para o povo e não para o mercado. Vitor, cujo sindicato recentemente passou por eleição, salientou que o povo deve estar atento à onda de ataques que tem por objetivo interferir na eleição de outubro. Já Silvanei lembrou que esta não é a primeira vez que a direita ameaça a Petrobrás. “Temos que, novamente, erguer uma barreira para enfrentar esses ataques, não é hora de vacilar”, sentenciou. Na mesma linha de raciocínio, Paulo Roni lembrou que “mais uma vez a Petrobrás é colocada no palanque das disputas eleitorais”. O sindicalista registrou que 54 companheiros de seu Estado se mobilizaram para participar do ato em São Paulo.
Pátria ameaçada
Em nome do Sindicato anfitrião, Unificado, a dirigente Cibele Vieira lembrou as diversas lutas já travadas, o constante combate à imprensa golpista e a necessidade de uma reforma política. “Em setembro as entidades irão promover um plebiscito popular pela reforma constitucional, vai ser mais um momento de embato dos trabalhadores”, afirmou.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, a Petrobrás é um patrimônio nacional e deve ser defendida em todas as instâncias. Ele salientou a recuperação da indústria naval brasileira como um dos setores que se “renasceram” com o fortalecimento da Petrobrás. Estudantes da Ubes, militantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), do MST, representantes da CUT, da CTB e do PPL (Partido Pátria Livre) também estiveram presentes ao ato.
Em nome da CTB, o diretor da FUP Divanilton Pereira destacou o trágico legado deixado pelo PSDB. “Essas forças reacionárias não têm moral para falar da Petrobrás, o PSDB deixou um legado trágico de sucateamento na empresa”. Pela CNQ-CUT falou o coordenador do Unificado e secretário geral da Confederação, Itamar Sanches.
Penúltimo orador, o coordenador nacional da FUP, João Antonio de Moraes, relembrou a importância que o petróleo e a Petrobrás sempre tiveram na história recente do Brasil. “Getúlio Vargas criou a Petrobrás após uma longa campanha nacionalista e enfrentou toda a sorte de oposição. Seu suicídio retardou em dez anos o golpe militar. O último decreto de João Goulart foi a da encampação de refinarias, como a de Mauá, minha base. Logo após o golpe, o gerente general – porque só quem é eleito é presidente, quem é indicado é gerente – Castelo Branco, como primeiro ato, revogou a encampação e devolveu as refinarias ao capital internacional, ou seja, o petróleo sempre esteve no centro da luta política do povo brasileiro”. Sobre os ataques à empresa, Moraes não teve dúvida de alertar que “a pátria está ameaçada, e o grande e único partido de oposição hoje se chama mídia golpista. Essa mídia, e setores neoliberais conspiram o tempo todo contra o povo. Esses ataques continuarão, temos de nos encher de energia e compromisso com as futuras gerações para travar esse combate, da forma como estamos fazendo hoje neste ato”, finalizou Moraes.
O último a fazer uso da palavra foi o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, que iniciou sua saudação afirmando que nesse ato não havia “coxinhas” nem “mauricinhos”, eram todos trabalhadores que tinham orgulho da maior empresa do país. Vagner não poupou críticas aos dirigentes PSDB, a quem imputou o sucateamento do Estado de São Paulo. “Essa tucanada deveria estar na cadeia pelo que fizeram com São Paulo”, afirmou. O presidente da CUT reforçou, também, a necessidade de uma reforma política e vaticinou: “Não há desenvolvimento no Brasil sem a Petrobrás”.
Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo
Por Norian Segatto