Um ato contra a terceirização bloqueou na manhã de hoje (09) um trecho da Rodovia Professor Zeferino Vaz, sentido Campinas-Cosmópolis, em frente à Replan. A manifestação, que também fez parte da semana de mobilizações que a FUP e seus sindicatos vêm realizando contra a redução de direitos, o arrocho salarial e a privatização da Petrobrás, atrasou a entrada dos trabalhadores do turno e do horário administrativo da refinaria.
Organizado por movimentos sociais que integram as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o protesto reuniu cerca de 500 pessoas. Participaram do ato petroleiros de vários estados do país, profissionais da educação, trabalhadores da construção civil e da área de distribuição de petróleo e gás e urbanitários, além de outros segmentos.
A mobilização foi realizada com o objetivo de chamar a atenção da população para os riscos que a liberação da súmula 331, que regulamenta a terceirização, representa para os trabalhadores. “A terceirização ocorre hoje de forma precária e a súmula é que proporciona o mínimo de direitos ao terceirizado. Se o STF derrubar a súmula, essa garantia não existirá mais e a terceirização será aberta de forma ampla e irrestrita”, destacou o diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), Arthur Bob Ragusa.
Segundo ele, a condição de trabalho dos terceirizados já é bastante precária e com a destituição da súmula ficará ainda pior. Os terceirizados ganham em média 27% a menos que os trabalhadores próprios, trabalham três horas a mais por semana e enfrentam maior rotatividade. “No caso específico da Petrobrás, de cada 10 acidentes que acontecem, oito são com terceirizados”, afirmou o dirigente.
Protesto dura três horas e causa congestionamento
A concentração dos trabalhadores começou bem cedo e às 6h30 a rodovia já estava bloqueada. Várias viaturas da Polícia Rodoviária chegaram ao local e os policiais, armados e bem equipados, negociaram com os manifestantes a liberação de uma faixa para a passagem dos veículos, que já formavam um grande congestionamento na estrada.
O ato durou cerca de três horas e, além das questões sobre a terceirização, abordou o golpe, o pacote de maldades de Michel Temer, que têm como alvo principal a retirada de direitos do trabalhador, o desmonte da Petrobrás e a perda da soberania nacional.
A coordenadora do Unificado, Cibele Vieira, declarou que os trabalhadores caminham para uma ofensiva de repressão e retrocesso. “Ou acordamos para o que está acontecendo no país ou, quando a gente se der conta, o trator, que está ligado e passando por cima de nós, já terá completado o serviço”, comentou.
Para o coordenador da Regional Campinas do Unificado, Gustavo Marsaioli, os trabalhadores enfrentarão dias muito difíceis. “Não podemos nos apequenar e nem abaixar a cabeça neste momento. Se o trabalhador não entender a ameaça que temos pela frente, vamos perder tudo”, alertou.
O coordenador da FUP, José Maria Araújo, ressaltou que o povo brasileiro vivencia hoje a reprise de um filme já conhecido. “Eles estão negociando hoje as mesmas coisas da década de 90. Vender ativos, arrochar salários e precarizar as relações de trabalho fazem parte do DNA deles (os golpistas)”.
Fonte: Sindipetro Unificado-SP