Sindipetro PR/SC
Neste 14 de março, dia que os atingidos por barragens lutam por seus direitos em todo o mundo, os participantes do I Encontro Estadual no Paraná realizaram um ato de protesto na barragem de Salto Santiago, em Saudade do Iguaçu (PR).
Esta barragem foi construída pela Eletrosul nos anos 70 e privatizada pelo governo Fernando Henrique Cardoso sendo repassada para a empresa SUEZ. Os atingidos acusam a SUEZ de não respeitar os direitos do povo e ainda ameaçar com a retirada de mais 100 metros das propriedades em áreas ribeirinhas ao lado da usina.
A Suez é também acusada pelos paranaenses de enviar todo o dinheiro arrecadado com a venda da energia para sua matriz na França. A coordenação do MAB afirma que todo o povo paranaense é explorado pela Suez para enriquecer a empresa na França.
O drama das famílias atingidas
A barragem de Salto Santiago, construída a mais de 30 anos, deixou um rastro de insatisfações nas famílias que tiveram suas áreas alagadas. Até hoje existem famílias que afirmam não terem recebido as devidas indenizações das suas terra e benfeitorias, por exemplo, os moradores de Rio Bonito de Iguaçu, Dirceu Darise e Elizabete de Anhaia, afirmam que a situação dos moradores atingidos pelo lago é sempre de tensão e insatisfação com ameaça constante da perda das terras.
Citam o caso de um morador chamado José Ataliba Caler, que possuía uma área de 100 hectares dos quais 70 foram alagados pela usina, sobrando apenas 30 para distribuir entre seus 10 filhos. Hoje eles vivem numa situação de extrema pobreza, sobrevivendo com muitas dificuldades na agricultura. Emocionado, um dos filhos de seu José, ao mostrar a usina de Salto Santiago declara “isso aí a usina acaba, pois o que o meu pai ganhou não deu pra comprar mais nada”.
Apoios à luta dos atingidos
No Paraná os atingidos contam com o apoio de autoridades, dentre eles o deputado estadual e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná, Tadeu Veneri, que ao participar do ato de protesto em Salto Santiago, manifestou seu apoio às comunidades de atingidos, fazendo eco às denuncias de que muitas vezes estas obras desestruturam a vida das pessoas que vêem os seus direitos violados. “Muitas vezes os que lutam sofrem com a repressão política e policial do estado, por isso, presto a minha solidariedade a luta dos atingidos por barragens, que lutam contra os que exploram o povo brasileiro”, conclui o deputado.