Atingidos paralisam rodovia em Mariana nos 4 anos do crime da Vale/Samarco

 

No dia que completa quatro anos do crime socioambiental das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, cerca de 200 atingidos por barragens nas bacias do rio Doce, do rio Paraopeba e do rio Jequitinhonha bloqueiam a MG 129-saída para Barão de Cocais- em Mariana na manhã desta terça-feira (5).

A insatisfação dos atingidos é na reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão feito pela empresa publicitária das mineradoras, Fundação Renova, que cumpre o papel de enrolar os atingidos, negar direitos e criar conflitos nas comunidades na bacia do Rio Doce.

Os atingidos questionam a volta da operação da mineradora Samarco, no momento que não existe a reparação socioambiental na bacia do rio Doce e no litoral do Espírito Santo. Há quase uma semana, a empresa obteve a Licença de Operação Corretiva (LOC), liberada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) denuncia que a Fundação Renova tem a tarefa de enrolar os atingidos. Passados quatro anos, os atingidos estão longe de ver seus problemas resolvidos. São 362 famílias que não tiveram reassentamento coletivo e milhares de trabalhadores sem empregos. São pescadores, agricultores e comerciantes sem fonte de renda e não obtiveram nenhuma reparação.

Os atingidos pressionam para a contratação imediata das Assessorias Técnicas escolhidas pelas comunidades atingidas em dezembro de 2018 e homologadas em agosto de 2019. As Assessorias Técnicas são um importante instrumento técnico para subsidiar a luta na garantia dos direitos dos atingidos.

Os atingidos permanecem unidos e organizados na luta por direitos humanos em Minas Gerais e contra os crimes da mineração.  A atividade faz parte da Jornada de Lutas dos Atingidos- A Vale Destrói, o Povo Constrói- que tem como eixo a construção solidária de um lar para uma família atingida de Barra Longa.

Protesto em frente à sede da Vale

O MAB e o Levante Popular da Juventude também fizeram uma intervenção em frente a sede da Vale, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. A tarde novas intervenções com esquetes e panfletagens acontecerão no centro da cidade, no Boulevard da Carioca e na Praça XV.

A cada dia que passa, novos elementos surgem para comprovar a negligência e imprudência da Vale, e a leniência de órgãos públicos diante do poder econômico da empresa. O lucro dos acionistas sempre esteve à frente da proteção da vida e do meio ambiente ameaçado por seus empreendimentos.

[Via MAB]