Os petroleiros estão na luta e se a categoria não se unir, o que aconteceu na Fafen-PR irá acontecer com todas as unidades da Petrobrás. Diante desse cenário, na manhã desta terça-feira (21), começaram as assembleias em todas as bases do Sindipetro PR e SC.
Os encontros tratam do indicativo de greve e servem para que os petroleiros e petroleiras se posicionem sobre a pauta. As assembleias acontecem entre 20 e 28 de janeiro. Após isso (29), a FUP e seus sindicatos, em seu Conselho Deliberativo, se reunirão para definir os próximos encaminhamentos.
Para a direção do Sindipetro PR e SC, o momento é de mobilização. Principalmente porque a Petrobrás desrespeita deliberadamente o Acordo Coletivo de Trabalho, impõe tabelas de turno, mudança no cartão ponto e jornada reduzida sem qualquer discussão com o sindicato ou com os trabalhadores.
Outra questão, principalmente após o anúncio da demissão em massa dos trabalhadores da Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR), é que ninguém está garantido no seu posto de trabalho e agora é a hora da mobilização. “Após o caso na Fafen-PR, temos um motivo concreto para dar um basta. O recado tem que ser claro e forte”, explicou Mario Dal Zot, presidente do sindicato.
O dirigente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge, também enfatizou que “esse processo na Fafen-PR pode acontecer com todos os trabalhadores, seja na Repar, na Usina do Xisto – SIX ou na Transpetro, por isso precisamos retomar o patamar na mesa de negociação. Hoje, não há avanços, pois não se discute tecnicamente mais nada”.
O Sindipetro PR e SC, assim como a FUP e outras entidades filiados, a partir do dia 29 de janeiro, definirão os próximos passos da luta, quando os resultados de todas as assembleias estiveram computados e divulgados.
Caso a empresa não volte para a mesa de negociação, o indicativo é pela greve geral em todas as unidades da Petrobrás. “Eles estão apostando que não existe mobilização. Mas nós temos sentimento de classe, não só solidariedade, e cada um de nós está sendo demitido junto com os trabalhadores da Fafen-PR”, conclui Dal Zot.
Fafen-PR – Depoimento
Também nesta terça (21), os petroquímicos fecharam a entrada da Fafen-PR. Alguns trabalhadores permaneceram acorrentados na porta da unidade. O dirigente do Sindiquímica-PR, Paulo Antunes, saiu da mobilização para dar um depoimento aos petroleiros durante assembleia na Repar.
De acordo com o dirigente, a ação foi para impedir a hibernação da fábrica, já que para isso a empresa precisa de efetivo. Todos os trabalhadores estão firmes e não vão sair da porta da unidade.
“Nossa situação é grave, aqui todos queríamos nossa estabilidade, criar nossos filhos e fazer a coisa correta, como trabalhador. Agora, nós vamos intensificar nossa resistência. É tudo ou nada”, explicou Antunes.
A Petrobrás anunciou a demissão em massa de aproximadamente mil trabalhadores com o fechamento da Fafen-PR. Caso essa ação se concretize, representa que o Brasil passará a importar cada vez mais fertilizantes nitrogenados; o que para a agricultura representa ainda mais dependência do insumo estrangeiro.
Além disso, Araucária terá grande perda de arrecadação, impactando nos postos de trabalho dos servidores e no comércio local. Sem contar que o Brasil passará a ser dependente da importação de ARLA 32, reagente químico usado para reduzir a poluição ambiental produzida por veículos automotores pesados.
Mesmo o Brasil sendo o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, o desmonte da Petrobrás tornará a economia dependente das importações e a soberania alimentar estará comprometida.
Confira AQUI as próximas assembleias e participe!
[Via Sindipetro-PR/SC]