Após realização de Assembleia Geral Extraordinária, nesta sexta-feira (13/11), em frente ao prédio do EDIBA, com duração de quase cinco horas, os petroleiros da Bahia, após intensos debates, aprovaram o indicativo da FUP de suspensão do movimento e manutenção do estado de greve. Foram 123 votos a favor do indicativo, 65 contra e 01 abstenção. Os petroleiros voltam ao trabalho a partir da 7h da manha de sabado 14/11.
A greve nacional, que começou no domingo (01/11) durou 13 dias e mostrou a força da categoria petroleira em todo o Brasil. Na Bahia, a produção de óleo e gás e energia foi drasticamente reduzida. Na Rlam, Transpetro, PBIO, Fafen Termelétricas , UO-BA e demais áreas do Sistema Petrobrás a adesão à greve foi cerca de 80%.
Apesar dos pelegos que envergonham a categoria, a direção do Sindipetro Bahia avalia a greve como positiva e destaca os companheiros que participaram de forma corajosa de toda essa luta, particularmente os trabalhadores da Fafen, PBIO, unidades da Transpetro de Jequié e Itabuna e Termelétricas.
Foram 13 dias de pouco sono, muito cansaço e luta, enfrentando a truculência e as ações antissindicais da Petrobrás, inclusive com a agressão e prisão do coordenador geral do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, do diretor Agnaldo Soares e do fotógrafo Wandaick Costa, a mando do gerente geral da Rlam.
O coordenador geral ressalta que desde o começo a FUP e seus sindicatos afirmaram que não aceitariam retrocesso nas conquistas dos últimos 12 anos e nenhum direito a menos, o que foi conseguido na mesa de negociação com a manutenção do nosso ACT, apesar da conjuntura atual claramente desfavorável aos trabalhadores. Para ele, a greve entra para a história do movimento sindical petroleiro, assim como a que ocorreu em 1995. Ele ressalta que a luta continua para evitar o desmonte da empresa e sua privatização.
Para o diretor da FUP, Paulo César Martin, ficou claro que parte da direção da Petrobrás tem como objetivo destruir a organização sindical dos trabalhadores para enfraquecer a categoria e com isso facilitar os projetos privatistas. Ele ressalta ainda as absurdas multas impostas ao Sindipetro Bahia como uma tentativa de inviabilizar o sindicato enquanto entidade de vanguarda.
Apesar do grande cansaço de 13 dias à frente do piquete de convencimento no Temadre, o diretor André Araújo, afirma que a luta valeu a pena e parabeniza a todos aqueles que se mantiveram firmes, não se intimidaram coma as ameaças e pressões e sustentaram o movimento. Para Araújo, a categoria venceu uma grande batalha, mas que a guerra continua e vai exigir muita mobilização e união de todos os trabalhadores.
Fonte: Sindipetro-BA