Assembleia histórica do NF reuniu 1.909 trabalhadores em ginásio de Macaé

 

[Atualizado às 17h40]

As petroleiras e petroleiros das bases de terra da Petrobras (Imbetiba, Parque de Tubos e Edinc) realizaram nesta terça, 27, uma assembleia histórica da categoria em Macaé. Cerca de 2 mil pessoas compareceram aos Estádio Juquinha (Tênis Clube), no centro de Macaé para avaliar o indicativo dos sindicatos petroleiros e da FUP de rejeição à terceira contraproposta apresentada pela Petrobras.

A categoria atendeu ao chamado do Sindipetro-NF e rejeitou a terceira contraproposta da Petrobrás para o Acordo Coletivo de Trabalho, considerada a “final” pela empresa, além de aprovar todos os demais indicativos do sindicato. Ao todo, 1.909 trabalhadores participaram da assembleia no Ginásio do Juquinha, no Centro de Macaé, no final da manhã e início da tarde.

Para o indicativo 01, de manutenção das negociações, foram 1556 votos favoráveis, 202 contrários e 151 abstenções.

Para o indicativo 02, de prorrogação dos efeitos do atual ACT, foram 1649 votos favoráveis, 118 contrários e 142 abstenções.

Para o indicativo 03, de rejeição da contraproposta da empresa, foram 1311 votos favoráveis [à rejeição], 463 contrários e 135 abstenções.

E para o indicativo 04, de realização de greve, foram 975 votos favoráveis, 629 contrários e 305 abstenções.

Durante a assembleia, que durou mais de três horas, aconteceram apresentações do Intituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep),  com Rodrigo Leão sobre a geopolítica do petróleo e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), com Iderley Colombini, a respeito de como a Petrobrás gera riqueza para o país e das perdas econômicas que a categoria está tendo.

A Assessoria Jurídica, através do Dr. Carlos Eduardo, falou dos ítens da proposta que estão sendo retirados e da importância da categoria reconhecer que ela tem Acordos Coletivos Há 40 anos, fruto da luta coletiva. Já Normando Rodrigues falou do artigo da CLT que diz que os contratos não podem ser suprimidos pelas empresas de forma unilateral e explicou como funciona a mediação no Tribunal Superior do Trabalho. “Mediação é a continuação da negociação com o ministro do TST. Se ela não der resultado, não pode ser julgado como dissídio coletivo” – afirmou.

Normando foi muito aplaudido quando ressaltou a importância da decisão coletiva e que tudo na vida é política. “Estar nessa assembleia é um ato político. Até participar de assembleia de condomínio é um ato político. Vocês vão decidir aqui o futuro do coletivo, isso é democracia e na democracia não pode ter voto de cabresto” – ressaltou.

Os coordenadores da FUP, José Maria Rangel, e do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra também falaram. Rangel alertou para o fato da nova gestão querer destruir a Petrobras e que isso passa por destruir o Acordo Coletivo dos petroleiros e sua organização.

“Essa assembleia foi no ginásio para que os debates ocorressem com calma. Temos que ficar atentos porque a Petrobrás querer individualizar as negociações é um risco para todos nós. Para destruir nossos direitos, a empresa colocou duas pessoas do mercado e nós não podemos aceitar isso”, alertou Tezeu Bezerra.

A votação secreta começou por volta das 12h e a apuração terá início ainda hoje, após às 15h.

Assembleias

As assembleias estão ocorrendo desde o último dia 22, em grupos da Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas, em Macaé e seguem até o dia 30 de agosto.

Petroleiros das plataformas participam de assembleias que estão sendo realizadas por dirigentes sindicais nos aeroportos onde há troca de turmas na região até o dia 30 de agosto: Bartolomeu Lisandro e no Heliporto do Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes, e aeroporto de Cabo Frio. Também haverá assembleia na sede do sindicato em Campos dos Goytacazes, nesta quarta-feira, 28, às 10h.

[Via Sindipetro-NF]