Após realização de Assembleia Geral Extraordinária, na sexta-feira (13/11), em frente ao prédio do EDIBA, com duração de quase cinco horas, os petroleiros de diversas bases do Sistema Petrobrás na Bahia, após intensos debates com 27 inscrições para falas, aprovaram o indicativo da FUP de suspensão do movimento e manutenção do estado de greve.
Foram 123 votos a favor do indicativo, 65 contra e 01 abstenção. Os petroleiros voltaram ao trabalho a partir da 7h da manhã do sábado 14/11. A FUP e os sindicatos estão agora se empenhando para tratar os dias parados que a empresa quer descontar. E a luta continua também para evitar o desmonte da empresa e sua privatização.
A greve nacional, que começou no domingo (01/11) durou 13 dias e mostrou a força da categoria petroleira em todo o Brasil. Na Bahia, a produção de óleo, gás e energia foi drasticamente reduzida e a distribuição de derivados de petróleo foi cortada em Jequié e Itabuna. Na Rlam, Transpetro, PBio, Fafen e Termelétricas, UO-BA e demais áreas do Sistema Petrobrás a adesão à greve foi cerca de 80%.
Apesar dos pelegos que envergonham a categoria, a direção do Sindipetro Bahia avalia a greve como positiva e destaca os companheiros e companheiras da categoria que participaram de forma corajosa de toda essa luta, fortalecendo os piquetes de convencimento nas bases, particularmente os trabalhadores da Fafen, PBIO, Temadre, unidades da Transpetro de Jequié e Itabuna e UTE-Arembepe.
Foram 13 dias de pouco sono, muito cansaço e luta, enfrentando a truculência e as ações antissindicais da Petrobrás, inclusive com a agressão e prisão do coordenador geral do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, do diretor de SMS Agnaldo Soares e do fotógrafo Wandaick Costa, a mando do gerente geral da Rlam.
O coordenador geral lembra que desde o começo a FUP e seus sindicatos afirmaram que não aceitariam retrocesso nas conquistas dos últimos 12 anos e nenhum direito a menos, o que foi conseguido na mesa de negociação com a manutenção do nosso ACT, apesar da conjuntura atual claramente desfavorável aos trabalhadores.
Soma-se a isso, o restabelecimento da mesa de negociação integrada, que trouxe de volta as subsidiárias e o RH, contrariando os que apostaram na fragmentação do processo para enfraquecer as representações sindicais. Para Deyvid, a greve entra para a história do movimento sindical petroleiro, assim como a maior greve da categoria desde 1995.
Para o diretor da FUP, Paulo César Martin, ficou claro que parte da direção da Petrobrás tem como objetivo destruir a organização sindical dos trabalhadores para enfraquecer a categoria e com isso facilitar os projetos privatistas. Ele destaca ainda as absurdas multas impostas ao Sindipetro Bahia como uma tentativa de inviabilizar o sindicato enquanto entidade de vanguarda.
Apesar do grande cansaço de 13 dias à frente do piquete de convencimento no Temadre, o diretor André Araújo, afirma que a luta valeu a pena e parabeniza a todos aqueles que se mantiveram firmes e não se intimidaram com as ameaças e pressões e sustentaram o movimento. Para Araújo, “a categoria venceu uma grande batalha, mas a guerra continua e vai exigir muita mobilização e união de todos os trabalhadores”, afirma.
Fonte- Imprensa Sindipetro Bahia