Normando Rodrigues: Assassinato da intervenção

Por Normando Rodrigues, assessor jurídico da FUP

Nossa sociedade se imbeciliza em proporção direta à da aceleração da velocidade da Internet. A banalização dos homicídios de crianças, mulheres, idosos e, veja só, até de “políticos” – fato nada raro no Grande Rio – levará os cínicos a dar de ombros e dizer que “é só mais um caso”, ou, ainda pior, a caluniar que “se aconteceu, é porque estava metida em algo”.

Na mesma mesa de bar, partilhando a mesma cerveja, os fãs da Intervenção Militar – a fase camuflada do Golpe de Estado de 2016 – se apressarão a isentar as forças de segurança: “a Intervenção não tem nada a ver com isso”. E seguiremos todos idiotizados.

SÓ QUE NÃO!

A VIDA TEM LADO! Aqueles que compram o discursinho pronto do patrão, e se perfilam com os que apoiaram o Golpe, esquecem rápido das diferenças. Marielle sabia das diferenças. Tinha lado. O lado dos trabalhadores. E foi morta por isto!

Qualquer morte nos diminui. Mas algumas podem também nos engrandecer. Se esta morte servir para que finalmente você acorde, e se perceba do lado errado, a vida de Marielle ganhará um sentido maior.

O ASSASSINO É O ESTADO

A ruptura institucional deu oportunidade a todas as bestas-feras que normalmente se reprimem em ambiente civilizado. Pior ainda quando o Estado sinaliza com a força como única alternativa para a desgregação social.

Os adeptos da força, apenas um braço da múltipla Bancada da Bala, dominam hoje o Executivo e o Parlamento. E, como sua cachorrada usual é vadia e ineficaz, soltaram seus cães de guerra. Pronto! Está dado o “ambiente de negócios” para assassinatos políticos.

Ah! Quase esquecia do terceiro poder político, o Judiciário. Deste basta dizer que, no mesmo dia em que Marielle é velada, os juízes federais realizam um LOCAUTE, empenhados na defesa de privilégio ilegal, imoral, e que os engorda. Serve a si mesmo, e dele nada se pode esperar.