Assaltos envolvendo bancos em 2011 acarretam em 49 mortes, aponta pesquisa

Levantamento nacional da Contraf-CUT e CNTV-PS, com notícias da imprensa e apoio do Dieese, revela aumento de 113% em relação a 2010

 Contraf/CUT

Pesquisa nacional mostra que 49 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2011, uma média de 4 vítimas fatais por mês, o que representa um aumento de 113,04% em relação a 2010, quando foram registradas 23 mortes. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV-PS), com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese.

São Paulo (16), Rio de Janeiro (9), Goiás (4), Paraná (4) e Rio Grande do Sul (4) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência foi o crime de “saidinha de banco”, que provocou 32 mortes. Já a maioria das vítimas foram clientes (30), seguido de vigilantes (8) e policiais (6).

Para a Contraf-CUT e a CNTV, essas mortes refletem, sobretudo, a carência de investimentos dos bancos para prevenir assaltos e sequestros. Segundo dados do Dieese, os cinco maiores bancos que operam no país apresentaram lucros de R$ 37,9 bilhões de janeiro a setembro de 2011. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 1,9 bilhão, o que significa 5,2%, em média, na comparação com os lucros.

“Essas mortes comprovam o descaso e a escassez de investimentos dos bancos na proteção da vida de trabalhadores e clientes, bem como revelam a fragilidade da segurança pública diante da falta de policiais e viaturas nas ruas e ações de inteligência para evitar ações criminosas”, avalia o diretor da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.

“Esses números assustadores reforçam a necessidade de atualizar a lei federal nº 7.102/83, que se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. Precisamos de um estatuto de segurança privada com medidas eficazes e equipamentos de prevenção para garantir a proteção da vida, eliminar riscos e oferecer segurança para trabalhadores e clientes”, salienta o presidente da CNTV, José Boaventura Santos.

Mortes por estados

São Paulo registra não somente o maior número de ocorrências, mas também o crescimento mais alarmante na comparação entre 2010 e 2011. O total de mortes saltou de 5 para 16, uma evolução assustadora de 220%.

O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar. O número de assassinatos passou de 3 para 9, uma disparada preocupante de 200%. Em seguida aparecem empatados Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul com 4 mortes cada um.

 

 

UF

2010

2011

Variação

%

%

%

SP

5

21,74%

16

32,65%

220,00%

RJ

3

13,04%

9

18,37%

200,00%

GO

0

0,00%

4

8,16%

PR

3

13,04%

4

8,16%

33,33%

RS

3

13,04%

4

8,16%

33,33%

MT

0

0,00%

3

6,12%

PA

2

8,70%

2

4,08%

0,00%

SC

0

0,00%

1

2,04%

PI

0

0,00%

1

2,04%

RN

0

0,00%

1

2,04%

MG

2

8,70%

1

2,04%

-50,00%

BA

1

4,35%

1

2,04%

0,00%

PE

2

8,70%

1

2,04%

-50,00%

CE

0

0,00%

1

2,04%

MA

1

4,35%

0

0,00%

-100,00%

DF

1

4,35%

0

0,00%

-100,00%

Total

23

100,00%

49

100,00%

113,04%


Fonte: Notícias da imprensa