Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Curitiba de segunda-feira (31) a vereadora Professora Josete (PT) apresentou requerimento para realização de audiência pública na Casa com o tema “Defender a Petrobrás é Defender o Brasil”.
O pedido precisava ser aprovado no plenário, mas acabou não sendo votado porque o tempo da sessão foi expirado. Vários parlamentares tumultuaram o debate ao colocar interpretações equivocadas sobre a finalidade da audiência. Entre eles, Valdemir Soares, líder da bancada PRB/PSL, que chegou a afirmar que o pedido daria margem para que seja realizado um evento de apoio a pessoas investigadas pela Operação Lava Jato. Ainda na linha dos comentários infelizes, Julieta Reis, líder do bloco DEM/PROS, disse que “pode dar a impressão de que somos (os vereadores) contra a Lava Jato”.
A Professora Josete rebateu as críticas ao afirmar que o debate não pode ser resumido a um escândalo de corrupção. Ela admitiu que a Petrobras vive uma crise, mas defendeu o papel estratégico da companhia e das reservas do pré-sal, bem como a tecnologia envolvida na extração do petróleo de águas profundas. “Alguém aqui discorda dessa importância?”, indagou. A vereadora também esclareceu que encontros semelhantes já aconteceram em outras cidades e que se trata de uma demanda de sindicatos de trabalhadores do setor petróleo.
Após a conturbada sessão, a Câmara voltou a debater o tema nesta terça-feira (02). O presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Alberto Dal Zot, e o coordenador do Sindiquímica-PR, Gerson Castellano, entre outros sindicalistas, acompanharam a sessão. Depois de muita pressão, Mário conseguiu tomar a palavra no púlpito da Câmara e explicou aos vereadores a razão da audiência pública. Segundo ele, a Petrobrás passa por uma sucessão de ataques com o objetivo de sujar sua imagem perante a opinião pública e, assim, diminuir seu potencial de crescimento e desenvolvimento. “Isso está comprovado no novo Plano de Negócios e Gestão, que prevê venda de ativos de patrimônio e redução de investimentos. A situação é agravada pelos oportunistas, como o senador José Serra (PSDB/SP), que aproveita o momento para apresentar um Projeto de Lei (PLS 131/2015) que retira da Petrobrás o direito de ser operadora exclusiva na área do pré-sal”, destacou Dal Zot.
O novo Plano de Negócios e Gestão da Petrobrás, aprovado pelo Conselho Deliberativo da empresa no final de junho, prevê cortes de US$ 89 bilhões nos investimentos e despesas da empresa e venda US$ 57 bilhões em ativos de patrimônio da estatal. “A Petrobrás é muito maior do que os escândalos de corrupção envolvendo empreiteiras que prestaram serviços. Queremos investigação, punição e devolução à Petrobrás dos valores desviados. Todavia, também queremos que a empresa siga como propulsora da economia brasileira, pois responde por 13% do PIB.
Após as exposições dos sindicalistas, a audiência pública foi aprovada por 21 votos favoráveis e cinco contrários. O evento vai ocorrer no dia 10 de setembro, às 14h00.
Fonte: Sindipetro PR/SC