Após oito dias de greve, os trabalhadores dos contratos de monitoramento de campo e extração da Telsan, decidiram em assembleia, na tarde desta terça-feira (13), pelo encerramento do movimento paredista. A assembleia, com a participação de 175 trabalhadores, teve o seguinte resultado: 79% votaram pelo fim da greve e assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), 19% votaram contra e 2% se abstiveram de votar.
A decisão da maioria aconteceu devido aos avanços nas negociações, que teve a intermediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT5), em reunião de conciliação na manhã de hoje, com as presenças dos representantes e advogados das partes.
Na mesa de conciliação, a direção da Telsan atendeu às reivindicações da categoria, se comprometendo a não realizar nenhum tipo de perseguição ou retaliação aos grevistas. A empresa também concordou em não descontar dos salários dos trabalhadores os dias parados durante a greve. Metade destes dias serão abonados e a outra metade, compensados.
Dois pontos que fizeram com que os trabalhadores não encerrassem o movimento paredista também foram atendidos: os reajustes nos tickets alimentação e refeição. O primeiro teve um reajuste de 18% e o segundo de 7%. Eles também conquistaram reajuste salarial de 5%.
Proposta original da empresa revoltou trabalhadores
A primeira proposta apresentada pela Telsan foi considerada abusiva pelos trabalhadores. A empresa não queria dar nenhum percentual de reajuste no salário e nos tickets alimentação e refeição – ou seja, 0% de reajuste – e ainda propôs a troca do atual plano de saúde da categoria por outro de qualidade inferior.
Conquistas foram fruto da luta e união
Durante a greve, os trabalhadores da Telsan participaram de cinco assembleias virtuais. Em todas elas chamou atenção a presença de um grande número de trabalhadores, que por horas debatiam sobre os rumos do movimento, dando opiniões e propondo caminhos. Em quatro destas assembleias, eles rejeitaram as contrapropostas feitas pela empresa. Somente na última, decidiram pela aceitação, após conciliação do TRT e avanços na proposta.
“Esta foi a primeira greve deste segmento da categoria petroleira que realiza atividades nas áreas de produção e extração de petróleo e gás nos campos e estações da UN-BA e os trabalhadores estão de parabéns. Movimentos como este mostram a importância da união em torno de um objetivo, no caso os avanços nas negociações, em busca de melhoria no Acordo Coletivo de Trabalho”, afirma o Diretor de Comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, que organizou o movimento e participou das negociações com a Telsan.
Para Radiovaldo, “os trabalhadores da Telsan colhem agora o que plantaram. O movimento que fizeram, forte e organizado, resultou nestas conquistas para o ACT 2020/2021, retroativo a 1º de julho”. Ele também destaca a união e perseverança da categoria que não se deixou intimidar pela pressão e assédio, feitos, principalmente pela direção da Petrobrás”.
Veja as conquistas para o ACT 2020/2021
• Reajuste salarial de 5%, retroativo a 1º de julho
• Reajuste de 7% no ticket refeição (diário), que passa a ser de R$17,00
• Reajuste de 18% no ticket alimentação (mensal), que passa a ser de R$ 240,00
• Manutenção do plano de saúde Hapvida para os titulares e dependentes
• Não haverá punição aos grevistas
• Não haverá descontos dos dias parados na greve. Metade destes dias serão abonados e a outra metade, compensados.
[Da imprensa do Sindipetro Bahia]