A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados (CME) realizou no último dia 10 uma audiência pública para discutir a legitimidade da venda de 49% da Gaspetro para o grupo japonês Mitsui, aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobrás no dia 23 de outubro, mas que é alvo de uma série de questionamentos na justiça.
Desde o dia 26 de outubro, a FUP cobra a suspensão da venda da subsidiária através de uma Ação Civil Pública, que serviu de base para o deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB-Ba) ingressar no dia 04 de novembro com um requerimento na Câmara, cobrando apuração das denúncias feitas pelos petroleiros. O Estado da Bahia, que também questiona na Justiça as mudanças acionárias na Gaspetro, obteve no dia 02 de dezembro uma liminar suspendendo a venda.
O diretor da FUP, Leonardo Urpia, que representou a entidade na audiência promovida pela CME, colocou sob suspeita a negociação, já que há fortes indícios de irregularidades, tráfico de influência e favorecimento na venda das ações da Gaspetro para o grupo japonês Mitsui, que é uma das controladoras da Vale, cujo diretor-presidente, Murilo Ferreira, ocupava na época a Presidência do CA da Petrobrás.
Além disso, vender por R$ 1,9 bilhão 49% da subsidiária é menos da metade das estimativas feitas pelos bancos JP Morgan e Brasil Plural que calcularam o negócio em 1,3 bilhão de dólares, ou seja, 5,6 bilhões de reais.
Fonte: FUP