Seguindo o processo de golpe do governo de Michel Temer e da entrega do patrimônio nacional ao capital privado, foi anunciada nesta segunda-feira (11) a venda da Araucária Nitrogenados, que opera em Araucária (PR), e da Unidade de Fertilizantes-III (UFN-III), de Três Lagoas (MS).
A unidade de Araucária já havia sido privatizada em 1993 e durante o período em que a iniciativa privada ficou responsável por gerir a fábrica não foram feitos investimentos na produção de fertilizantes. Após o retorno da Araucária Nitrogenados para a Petrobrás em 2013 como uma subsidiária integral, houve investimentos no setor e a construção da UFN-III, que nem entrou em operação, sua construção foi paralisada em dezembro de 2014 e se encontra 80% concluída.
A herança que o capital privado deixou na Araucária Nitrogenados foi o sucateamento, o aumento da terceirização, os riscos para os trabalhadores e uma precarização generalizada, fazendo com que não houvesse nenhum tipo de retorno para a sociedade.
Vale ressaltar que o Brasil possui déficit na produção de fertilizantes, uma área estratégica para a produção de alimentos, e na exportação de grãos como soja e milho, um mercado importante para a economia brasileira.
O anúncio da venda das unidades foi feito cinco dias após o Sindiquímica-PR protocolar uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) sobre os desmontes que estavam ocorrendo na unidade de Araucária. Na ocasião, o diretor do sindicato Gerson Luiz Castellano destacou que este era um processo que visava reduzir o preço da unidade para viabilizar a privatização.
De acordo com Castellano, a venda entrega para o capital especulativo um setor estratégico para o país. “Entendemos que as fábricas de fertilizantes devem ser mantidas nas mãos da Petrobrás, porque é uma questão de soberania nacional. Iremos enfrentar esse processo com muita força, para evitar que a companhia tenha sucesso”, afirmou.
Outro ponto a ser observado é o alto investimento feito na UFN-III, que deve ser vendida a um valor muito mais baixo do que deveria às empresas estrangeiras. “Esperamos que a Polícia Federal e o MPF apurem com rigor essas condições que estão sendo postas, pois a privatização afetará toda a sociedade”, ressaltou Castellano.
Fonte: Sindiquímica