Sindipetro-BA
A ANP – Agencia Nacional de Petróleo- interditou na terça-feira, 02, a linha que ecoa toda a produção de petróleo de Balsamo, Araças e Imbe, alegando que solicitou reparo deste duto que passa por um curso d água, devido ao fato de um trecho apresentar problemas de corrosão. Ainda de acordo com a ANP como não houve nenhum tipo de ação da UO-BA para sanar o problema, a linha foi interditada e a transferência de óleo dos referidos campos foi interrompida, impactando a produção de cerca de 18 mil barris de petróleo por dia.
Para garantir a manutenção da produção, após a decisão unilateral da ANP, a Petrobrás foi obrigada a escoar o produto (40% da produção do estado da Bahia) através de carretas. Com isso, a produção de Balsamo e Imbe passou a ser transferida para Araças, que bombeia para o embarque de carretas. De Araças, a produção segue para a estação Recife, em 80 carretas, durante 24 horas.
A medida trouxe gastos adicionais para a Petrobras e o consequente aumento do custo do barril, e ainda o risco de acidente de transito e ambiental na BA 093 com as referidas carretas. Os operadores, profissionais do SMS, e muitos gerentes estão achando estranho essas “novas” exigências da ANP, que resolveu assumir o papel dos órgãos ambientais e fazer o que estes órgãos não fazem. A notícia que chegou ao Sindipetro é que este mesmo auditor enviado à Bahia pela ANP, já interditou dois outros dutos: Remanso e Rio do Bú, e aplicou multas milionárias.
A FUP e a diretoria do Sindipetro Bahia estão muito preocupadas e vêem segundas intenções neste interesse repentino como a possibilidade de entrega destes campos para a iniciativa privada, alegando alto custo. Ao que parece a ANP está tentando descaracterizar e prejudicar a produção de petróleo na Bahia e isto faz parte de uma política mais ampla que começou com a redução do número de sondas de perfuração terrestres e marítimas, diminuição da intervenção em poços e sondas de limpeza e ainda a redução de pessoal.
O intrigante é que por diversas vezes o Sindipetro Bahia denunciou problemas nas linhas e instalações com corrosão e a ANP nunca se posicionou. Agora, em tempo recorde, a própria ANP denuncia e interdita o duto. O movimento sindical está de olho e acompanhando todas as “manobras”, lembrando sempre do papel social da Petrobrás e sua responsabilidade com os trabalhadores e comunidades que habitam os entornos dos campos de produção.