Ano novo, SMS velho: Explosão na RLAM deixa três trabalhadores feridos. MPT já instaurou inquérito na refinaria

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O ano mal começou e, na Petrobrás, já ocorrem acidentes recorrentes e semelhantes aos de 2014, que foi marcado por uma série de acidentes que feriu, mutilou e matou 15 trabalhadores nas unidades da empresa.

Desta vez, o descaso da Petrobrás com a segurança dos trabalhadores causou dois graves acidentes na segunda maior refinaria do Brasil, a RLAM. Na terça-feira, 14, os trabalhadores da U-30 foram surpreendidos com um incêndio que tomou a unidade da unidade e, felizmente, não deixou feridos. Como acidentes deste tipo já estão mais que anunciados devido à equivocada e ineficaz política de SMS da empresa, num intervalo de apenas quatro dias, a refinaria foi surpreendida por uma explosão, que feriu três trabalhadores terceirizados. Os caldeireiros José Adailton e Jonas Leal, ambos prestadores de serviço pela empresa Victória, estão hospitalizados em estado grave com queimaduras em 70% do corpo, além de outras lesões. A observadora Jucineide de Jesus, da empresa Potencial, também encontra-se hospitalizada, com graves queimaduras e cortes na cabeça. A explosão, além do fogo, gerou deslocamento do ar que projetou os trabalhadores e a trabalhadora contra outras estruturas, segundo informações do Sindipetro – BA.

Nos últimos anos, a FUP e seus sindicatos intensificaram as cobranças por melhores condições de trabalho, segurança e recomposição de efetivos, que são reivindicações recorrentes da Federação à Comissão de SMS da Petrobrás, que além de ignorar acidentes como incêndios e explosões, também se vangloria da pífia redução de 10% de acidentes nos últimos dois anos.

Ato e paralisação na RLAM

Na segunda-feira, 19, um dia após a explosão na RLAM, cerca de quatro mil trabalhadores paralisaram as atividades da refinaria, em protesto aos acidentes ocorridos.

A diretoria do Sindipetro BA também se reuniu com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), a quem relatou os graves acidentes na RLAM. Também acionado pelo sindicato, o Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) instaurou inquérito civil público para apurar as causas da explosão. Conforme o órgão, o inquérito tem a função de identificar os erros na prevenção de acidentes, através do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou de uma Ação Judicial – Ação Civil Pública.

Fonte: FUP