Ano novo, insegurança sem trégua

Somente em 2011, foram 17 mortes por acidentes na Petrobrás e subsidiárias

 Imprensa da FUP

O ano de 2012 começa com uma série de desafios para os petroleiros, principalmente no que diz respeito à garantia de condições seguras e saudáveis de trabalho. Na última semana de dezembro, mais um petroleiro perdeu a vida em acidente na Petrobrás. O técnico de segurança Aldo Dias de Lima, 49 anos, estava planejando passar o ano novo com a esposa, os três filhos e o netinho que ajudava a criar, mas um acidente absurdo e inconcebível interrompeu precocemente a sua vida e destruiu sua família. Junto com outros dois trabalhadores, ele caiu de uma altura de mais de seis metros, durante o transbordo para a plataforma PUB-3, em Guamaré, no Rio Grande do Norte. O acidente foi na noite de 26 de dezembro e, segundo informações obtidas pelo Sindipetro-RN, o guindaste de transbordo teria se chocado com os alojamentos, provocando a queda dos trabalhadores que estavam no cesto.

O técnico de operação Pedro Leopoldo da Silveira Neto e o mecânico Francisco Wilson Vieira também se feriram durante a queda e, felizmente, não perderam a vida. É um absurdo que uma empresa do porte da Petrobrás ainda utilize cestas no transbordo de trabalhadores para as plataformas marítimas e exponha seus funcionários a riscos que podem ser evitados. No mesmo dia do acidente que matou Aldo, os trabalhadores da Reduc conseguiram debelar um incêndio em uma das unidades de destilação da refinaria, que, por sorte,  não feriu ninguém. Segundo o Sindipetro Caxias, o incêndio foi fruto da falta de manutenção preventiva e ocorreu uma semana após os trabalhadores da Reduc terem sido contaminados por consumo de água ácida.

Também em dezembro, um petroleiro da Rlam, na Bahia, foi diagnosticado com leucemia, em função da exposição ao benzeno. Recentemente, outro petroleiro baiano, que atuava na Estação de Compressores de Miranga, foi induzido ao coma, após apresentar quadro de leucemia aguda.

Histórias como estas trazem à tona os riscos a que estão expostos diariamente os petroleiros, em função da insegurança crônica que transformou-se em rotina nas unidades da Petrobrás. Somente em 2011, foram 17 mortes por acidentes na empresa, dos quais 14 com trabalhadores terceirizados. No dia 06 de fevereiro, a FUP participa da segunda reunião do grupo de trabalho paritário constituído para apresentar propostas para uma nova política de saúde e segurança, que de fato defenda a vida. A primeira reunião do GT foi no dia 06 de dezembro.

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