Aniversário de resistência: 68 anos da Petrobrás tem ato nacional nesta segunda, na Bahia, onde tudo começou

Além dos atos por Fora Bolsonaro, realizados no sábado, 02, a luta em defesa da Petrobrás e por preços justos para os combustíveis é a tônica do ato nacional que a FUP e os sindicatos realizam nesta segunda, 04, na Bahia, em continuidade à agenda nacional de protestos contra as privatizações, que marca os 68 anos da empresa

[Da imprensa do Sindipetro Bahia]

Um grande ato nacional em comemoração aos 68 anos da Petrobrás e contra o processo de privatização da estatal será realizado na Bahia, terra onde o petróleo foi descoberto, possibilitando a criação desta grande e importante empresa para o desenvolvimento do Brasil.

O ato vai acontecer, na segunda-feira (4), às 7h, no Trevo da Resistência, um lugar que diz muito sobre a história dos petroleiros e da Petrobrás. O local, situado na BA 523, via de acesso à Refinaria Landulpho Alves (RLAM), no município de São Francisco do Conde, na Bahia, foi palco de greves e de grandes mobilizações da categoria, por isso ganhou esse nome.

Ali também foi o nascedouro da Petrobrás. O Trevo é um triângulo que liga a RLAM (primeira refinaria da Petrobrás, criada antes mesmo da fundação da estatal), o campo de Candeias (primeiro campo comercial de petróleo do Brasil) e a Transpetro (primeiro terminal aquaviário da Petrobrás).


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Já estão confirmadas as presenças da deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann e do presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) , Sérgio Nobre.

O Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, também estará presente. Estão sendo aguardados ainda representantes dos 12 sindicatos de petroleiros de outros estados, ligados à Federação, e também de movimentos sociais, da juventude, de outras centrais sindicais, sindicatos, partidos políticos e parlamentares.

Haverá ainda atos nas ruas, nas redes sociais e nos locais de trabalho, contra os preços abusivos dos combustíveis, as privatizações e os ataques aos direitos dos trabalhadores.

Não à privatização

A data deveria ser apenas de comemoração, mas na atual conjuntura ela será, principalmente, de protesto. Patrimônio público brasileiro, a Petrobrás vem sendo desmontada e privatizada aos pedaços, com muitas de suas unidades sendo ofertadas a preços muito abaixo do valor de mercado como é o caso da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada no município de São Francisco do Conde, na Bahia, que está sendo comercializada para o Fundo Árabe Mubadala por US$ 1,65 bilhão, enquanto seu valor real (apontado incialmente pela própria Petrobrás) é de cerca de US$ 3 bilhões.

Em meio a um processo nada transparente de venda, que vem sendo contestada não só pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), mas pelo próprio Congresso Nacional, que já questionou a venda da refinaria baiana através de ações no Supremo Tribunal Federal, a RLAM completa 71 anos de existência, com um futuro ainda incerto.

“Enquanto isto, o povo brasileiro paga a conta da privatização a todo custo como vem tentando fazer o governo Bolsonaro”, afirma o Coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. Ele se refere, entre outras coisas, à Política de Paridade de Importação, adotada pela atual gestão da Petrobrás para facilitar a privatização das suas refinarias e que vem provocando os sucessivos reajustes dos preços dos combustíveis e gás de cozinha.

“Não adianta o jogo de empurra em busca de responsáveis pela alta dos derivados. O ICMS e as margens de distribuidoras e postos são percentuais cobrados sobre o preço na refinaria, quando a Petrobrás sobe, tudo isso sobe”, explica Bacelar.

Na quarta-feira (29) o diesel teve um aumento de 8,9% nas refinarias. Só neste ano, o produto acumula alta de 50,9% nas refinarias, um valor mais de sete vezes superior à inflação do período (7,02%), medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor).

De janeiro de 2019 até hoje, o preço da gasolina aumentou 80% nas refinarias. Apenas neste ano, a alta é de 45,7%. Já o gás de cozinha teve o preço ajustado nas refinarias em 87%, no governo Bolsonaro, até agora; ou 75,3% desde o início da pandemia. No ano, o aumento é de 38,1%. As estatísticas foram elaboradas pelo DIEESE/FUP.

Para o Coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista, “é um escândalo o que esta acontecendo no Brasil. O povo brasileiro está pagando o lucro dos acionistas da petrolífera brasileira, à base de muito sofrimento e, por isso, nos 68 anos da Petrobrás, não poderíamos deixar de denunciar e protestar contra a politica de preços adotada pela atual gestão da estatal, que vem tirando a empresa do seu caminho natural, do seu objetivo que é o de priorizar a responsabilidade social”.