O movimento paredista dos petroleiros continua em ascensão no Paraná e Santa Catarina. Os trabalhadores do Terminal Transpetro de São Francisco do Sul (Tefran) levaram um dia a mais que os outros terminais para deflagrar a greve, mas a espera valeu muito a pena. Na tarde desta quinta-feira (05), os empregados da operação que trabalham em regime de turno decidiram aderir à paralisação. Não houve troca de turno e os serviços são realizados pela “equipe de sacríficio”, que faz a dobra de expediente até que a empresa consiga montar o seu contingenciamento. Os empregados do regime administrativo do Tefran já estavam em greve desde ontem (04).
Outro fato relevante deste quarto dia de greve nas bases do PR e SC foi o jogo sujo da direção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) para prejudicar a greve dos petroleiros. Todo o contingente da refinaria foi desviado para apenas um dos portões de acesso à unidade, justamente naquele onde os sindicalistas e grevistas estavam fazendo o convencimento verbal de adesão ao movimento, conforme permite a Lei de Greve (7.783/89).
Segurança receberam ordens para revistar todos os veículos, de ônibus a carros pequenos. O resultado foi que o trânsito ficou muito complicado na Rodovia do Xisto e suas vias marginais. A intenção dos gestores da Repar foi tentar caracterizar o bloqueio do acesso à refinaria, uma vez que a empresa conquistou mandado liminar de interdito proibitório, concedido pela juíza Marli Gonçalves Valeiko, da 1ª Vara do Trabalho de Araucária. A decisão impede o Sindicato de bloquear os portões da Repar, sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil. Para tentar juntar as provas, toda a ação de convencimento verbal dos trabalhadores era registrada em vídeo.
Ainda na Repar, uma marcha dos petroleiros e militantes do MST, que acampam em frente à unidade para apoiar o movimento, animou os ânimos dos grevistas nesta manhã de quinta-feira. A passeata começou em frente à refinaria e foi até a entrada da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), a primeira unidade da Petrobrás no país a paralisar suas operações nesta greve.
Nas demais bases do Sistema Petrobrás no Paraná e Santa Catarina o cenário permanece o mesmo. Poucos pelegos das equipes de contingência da empresa seguem operando as unidades. O baixo efetivo e a falta de qualificação das pessoas que assumiram os serviços coloca em risco as suas próprias vidas, os equipamentos industriais, o meio ambiente e as comunidades do entorno.
Fonte: Sindipetro-PR/SC