Acordo conquistado em 2017 preserva direitos e garante reajuste de 4,19%

Em meio a uma série de ataques contra a classe trabalhadora, os petroleiros conseguiram preservar os principais direitos da categoria, ao renovarem em 2017 o Acordo Coletivo de Trabalho por mais dois anos, com reposição da inflação pelo IPCA.

Enquanto várias categorias enfrentam a ofensiva dos patrões para retirar e reduzir direitos, sob a égide da contrarreforma trabalhista e da liberação da terceirização para todas as atividades, os trabalhadores do Sistema Petrobrás garantiram até setembro de 2019 um Acordo Coletivo com salvaguardas importantes.

Com os direitos preservados, os petroleiros receberão esse mês os salários corrigidos em 4,19%, referente ao IPCA acumulado nos últimos 12 meses. O reajuste também será aplicado sobre os vales alimentação e refeição, auxílios educacionais e demais benefícios.

Balanço parcial do Dieese sobre as negociações do primeiro semestre revela que, em julho, 51% dos acordos foram fechados com perda salarial, ou seja, reajustes abaixo da inflação. O índice que vem sendo negociado por várias categorias é o INPC, cujo acumulado nos últimos 12 meses está em 3,64%.

Os trabalhadores brasileiros enfrentam um cenário de forte recessão, arrocho salarial e desemprego em massa, fatores agravados pela recente decisão do STF de considerar constitucional a liberação total e irrestrita da terceirização de todas as atividades de uma empresa. Com a retração da economia, o país registrou deflação em agosto e o IPCA ficou em -0,09%.

O Dieese aponta ainda que houve uma queda acentuada de 41% no número de convenções coletivas negociadas até julho e redução de 28% dos acordos coletivos, reflexo direto da contrarreforma trabalhista.

“Travamos uma luta árdua para preservar nosso Acordo Coletivo e impedir que as reformas impostas pelo governo ilegítimo de Temer retirassem direitos históricos da nossa categoria. Essa é uma luta diária, pois os golpistas não sossegarão enquanto não acabarem com as nossas principais conquistas. Por isso, precisamos defender com unhas e dentes o nosso Acordo Coletivo”, alerta o coordenador da FUP, Simão Zanardi Filho.

[FUP]