Ações em 14 estados impulsionam campanha do Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva

Nesta segunda-feira (7), diversos movimentos sociais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Levante Popular da Juventude, Consulta Popular, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Movimento dos Pequenos Agricultura (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Rede Fora do Eixo, Comitês Populares do Plebiscito, Sindicalistas, realizaram atos e intervenções artísticas pelo país no Dia Nacional de Luta pela Constituinte.

As ações, que aconteceram em 14 estados, tiveram como objetivo chamar a atenção da sociedade para o Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, cujas coletas de votos acontecem daqui a dois meses, entre os dias 1 a 7 de setembro.

Panfletagens, colagem de cartazes, pinturas, baterias de rua, aulas públicas e ocupações culturais foram algumas das formas usadas pelas organizações para debater o tema com a sociedade.

“Com pinturas em murais, colagem de cartazes e agitação com bandeiras e baterias buscamos conscientizar a população sobre a importância da revisão dos atuais processos dentro do poder”, disse Laryssa Sampaio, do Levante Popular da Juventude.

Desde agosto de 2013, mais de 250 organizações, movimentos sociais, centrais sindicais, partidos políticos constroem a ferramenta do Plebiscito Popular para promover mudanças no sistema político brasileiro. Atualmente, já foram criados mais de 600 comitês populares em todo o país.

Jaime Amorim, da coordenação nacional do MST, acredita “o nosso sistema representativo está falido. Uma reforma política é necessária para que a sociedade civil tenha cada vez mais espaço nas decisões tomadas pelos nossos poderes”.

A votação, prevista para acontecer na semana da pátria e que pretende coletar 10 milhões de votos em todo o Brasil, trará apenas uma única pergunta: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”

Para Diva Braga, da Consulta Popular, a luta pela Constituinte se coloca como a mais significativa luta política desde As Diretas Já! “Essa é a nossa prioridade de lutas atualmente, pois congrega a participação da sociedade civil e das diversas pautas de interesse do povo Brasileiro na luta por mudanças estruturais do país e o Plebiscito é a ferramenta de organização do povo nesta luta”.

As ações aconteceram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Sergipe, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Pará.

A campanha do plebiscito popular disponibiliza outras informações no site: plebiscitoconstituinte.org.br

Minas Gerais:

Militantes e representantes de sindicatos e movimentos sociais, que fazem parte do Comitê Popular da Região Metropolitana de Belo Horizonte, realizaram nesta segunda-feira (7) a mobilização Plebiscito na Rua para a divulgação do Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana da Reforma do Sistema Político. Além da distribuição de panfletos e do diálogo com a população da capital mineira, foram coletadas assinaturas por uma proposta de reforma política, que é complementar à consulta popular, segundo Cazu Shikasho, coordenador do comitê e integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

“A mobilização, que começou às 10 horas e se estendeu até as 19 horas, também aconteceu em outras cidades do interior de Minas Gerais e mais 12 Estados”, acrescentou Cazu. O Plebiscito Popular acontecerá na Semana da Pátria, no período de 1º a 7 de setembro.

Participaram da atividade Sindieletro-MG, Sind-UTE/MG, entre outros sindicatos CUTistas, MAB,  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Levante  Popular da Juventude, movimentos das igrejas e estudantis e outras entidades. Nova plenária do Comitê Popular da RMBH está marcada para o próximo dia 15, às 19 horas, na Igreja São José, na Região Central de Belo Horizonte.

“Tem que haver uma pressão para mudar as coisas, para que este Brasil cresça mais. E o povo vai ganhar com esta mudança”, afirmou Manoel Santos, 68 anos, motorista aposentado que apoia o plebiscito e a Constituinte Exclusiva e Soberana da Reforma do Sistema Político. “Tem que ter reforma política, não pode mais ficar do jeito que está. Precisamos de educação e saúde de qualidade, de segurança pública. A roubalheira está grande. Veja o caso do viaduto que caiu na avenida Pedro I. Caiu porque priorizaram o lucro”, disse a técnica em cuidado de idosos de 55 anos.

Pernambuco:

No estado de Pernambuco aconteceram atos em Recife, Caruaru e Petrolina. Na cidade do Recife a mobilização aconteceu na Praça do Diário, centro da cidade e contou com panfletagem e exposição de faixas e cartazes. Para Rogério Bruno, corretor de imóveis, que passava pela praça no momento da mobilização, “considero importante que haja uma nova constituinte para transformar o cenário político brasileiro”.

“Este é um dia de lutas para mobilização do Plebiscito em setembro. Portanto, um espaço de dialogar com a sociedade sobre como funciona o sistema político atual e quais mudanças poderão ser propostas”, afirma Paulo Rocha, secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Pernambuco.

Para movimentos que integram a campanha, diversas bandeiras históricas do país devem avançar com a mudança do sistema político brasileiro. O Plebiscito vai acontecer em todo o Brasil e deverá reunir milhares de votos em favor da realização de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político Brasileiro, onde poderão ser pautadas diversas bandeiras históricas para a sociedade brasileira.

Para Iyalê Moura, do Levante Popular da Juventude, nosso sistema político atual não atende as reais demandas da juventude, das mulheres, dos negros e negras. A realização de uma Constituinte Exclusiva e Soberana para o sistema político pode pautar essas demandas. 

Os plebiscitos populares configuram uma decisiva contribuição dos movimentos sociais à luta popular, construindo poderosas ações pedagógicas, capazes de pautar temas fundamentais à nação.

Fonte: CUT