Acidentes aéreos aumentam insegurança na Bacia de Campos

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FUP

Mais um acidente aéreo aconteceu na Bacia de Campos, evidenciando novamente a insegurança a que os trabalhadores continuam expostos e a urgência da Petrobrás atender às reivindicações da categoria e do movimento sindical. No último dia 27, um helicóptero cargueiro da Líder caiu no mar próximo à plataforma P-07 com três tripulantes a bordo, que conseguiram acionar a tempo o flutuador da aeronave e foram resgatados por um bote de emergência da plataforma. Um trabalhador teve ferimentos na perna. Outro teve princípio de hipotermia. Todos foram salvos por que, além de estarem próximos da plataforma,  puderam  contar com o bote de emergência em prontidão na P-07, serviço que só foi implantado pela Petrobrás nas plataformas devido à atuação sindical e dos órgãos fiscalizadores. Apesar da nítida gravidade do acidente, a empresa tentou minimizar a ocorrência, tratada por ela como “pouso controlado”.

No dia seguinte a este acidente (28/03), trabalhadores que embarcariam para a P-52 denunciaram  que o vôo da Lider que os levaria para a plataforma, saindo do aeroporto Bartolomeu Lisandro, em Campos, foi abortado  por indicação de falha em um dos geradores da aeronave. Os dez passageiros foram levados de volta ao saguão do aeroporto para aguardar nova programação para a troca de turma. Nos últimos dez anos, 20 trabalhadores morreram na Bacia de Campos, em função de acidentes aéreos. Desde 2003, foram 83 ocorrências graves ou acidentes na região envolvendo as aeronaves contratadas pela Petrobrás.

A situação caótica que vivem os aeroportos e heliportos, assim como a imensa sobrecarga aérea da região têm sido denunciados constantemente pela FUP e pelo Sindipetro-NF. Mas, apesar de tudo isso, os gestores da empresa insistem em tapar os olhos e ouvidos para o problema e ainda têm a cara de pau de divulgarem na imprensa que a Petrobrás “ostenta o menor índice de acidentes por hora voada no Brasil e um dos menores do mundo dentre as operadoras de petróleo”.

Em nota pública divulgada à sociedade e à imprensa, o Sindipetro-NF alerta que a Petrobrás “mantém uma infraestrutura subdimensionada para embarques e desembarques” e  que “a companhia adota uma política sistemática de amenizar ocorrências graves, ora tratando-as como pequenas falhas, ora não as contabilizando”.  A nota do Sindipetro-NF ressalta que essa política da Petrobrás “faz com que a empresa desconsidere todo o potencial letal das ocorrências e os danos, inclusive psicológicos, causados aos trabalhadores”. Até quando os gestores da Petrobrás continuarão tratando as questões de SMS desta forma e colocando os trabalhadores em risco?