Acidente na maior refinaria do mundo deixou 48 mortos e dezenas de feridos

FUP

 

O saldo até o momento do acidente que provocou um incendiou de três dias na refinaria venezuelana de Amuay  é de 48 pessoas mortas e cerca de 80 feridos.  Entre as vítimas fatais, há pelo menos 20 militares da Guarda Nacional Bolivariana, que cuidavam da proteção da refinaria e moravam no entorno da unidade. O acidente ainda afetou cerca de 520 casas da vizinhança, desabrigando, mais de 30 famílias. A refinaria de Amuay integra junto com a refinaria de Cardón o Centro Refinador da PDVSA, na Península de Paraguaná, o maior complexo de refino de petróleo do planeta, com capacidade para processar 956 mil barris diários de óleo, o que equivale a 71% da capacidade de refino da Venezuela.

O acidente aconteceu no dia 25 de agosto, provocado, a princípio, por um vazamento de gás. Houve uma explosão seguida de incêndio, que se alastrou por nove tanques de combustíveis, na área de armazenamento. Mais de 200 agentes trabalharam durante os três dias para conter as chamas do violento incêndio. No ano passado, no dia 15 de março, a Refinaria de Amuay sofreu uma outra explosão, que incendiou parte da unidade de hidroprocessos, mas não houve feridos. Segundo informações divulgadas pelas agências internacionais de notícias, sete das nove paradas de manutenção que estavam programadas para 2011 na refinaria foram adiadas para este ano. Esses dados constariam de um relatório da PDVSA que foi apresentado à Assembleia Nacional da Venezuela, em fevereiro deste ano. O governo venezuelano afirmou que a estatal investiu US$ 5 bilhões nos últimos cinco anos em manutenção das refinarias de Amuay e Cardón.

Solidariedade – Em nota pública divulgada no dia 27, a FUP manifestou solidariedade aos trabalhadores da PDVSA e ao povo venezuelano, bem como aos sindicatos de petroleiros do país. “A luta por condições seguras de trabalho é bandeira histórica da FUP e de seus sindicatos, que há décadas cobram que as empresas de petróleo priorizem a vida dos trabalhadores, bem como a sustentabilidade ambiental. Esse tem sido um enfrentamento constante com a Petrobrás e as empresas privadas. Defendemos que a PDVSA instale uma comissão paritária para apurar as causas do acidente na Refinaria de Amuay, com participação de representantes dos trabalhadores e da empresa. Esperamos que a explosão seja esclarecida o mais rápido possível e que medidas concretas sejam tomadas para evitar outros acidentes”, ressaltou o comunicado da FUP.

Manipulação política – A Federação também condenou a manipulação da mídia e dos opositores do governo Hugo Chávez, criticando os que tentam tirar proveito político da dor e sofrimento dos familiares das vítimas do acidente, ocorrido a menos de dois meses das eleições presidenciais.  “Não podemos permitir que uma tragédia como essa seja utilizada para ganhos políticos por parte das elites venezuelanas e de setores conservadores da PDVSA, que nunca admitiram as transformações que o governo Chávez implementou na estatal petrolífera, que passou a ser utilizada em benefício do povo venezuelano, que tem hoje na indústria de petróleo a principal fonte de geração de emprego, distribuição de renda e investimentos sociais do país”, destacou a nota da FUP, cuja íntegra pode ser acessada aqui.