Nesta terça-feira, 16 de agosto, competa 32 anos de um dos piores acidentes da história da indústria petrolífera. A bordo da plataforma de Enchova, os trabalhadores da Petrobrás viveram cenas de horror na Bacia de Campos, quando 37 companheiros morreram e outros 19 ficaram feridos, durante a evacuação da unidade em chamas. Uma das embarcações de emergência (baleeiras), que levava 50 trabalhadores, despencou ao ter o cabo rompido, provocando a morte dos petroleiros. Os que sobreviveram ficaram permanentemente marcados pela memória do terror que viveram.
O acidente de Enchova ocorreu em 1984, provocado por um vazamento seguido de explosão. Na época, o sindicato dos engenheiros denunciou como causa dessa tragédia as péssimas condições de trabalho e a política de metas de recordes de produção impostas pelas gerências.
Infelizmente, pouca coisa mudou de lá pra cá. Centenas de outros petroleiros morreram em acidentes de trabalho, em função da negligência e do descaso dos gestores da Petrobrás com a vida humana. Já perdemos 366 companheiros de trabalho desde 1995 em acidentes que poderiam ter sido evitados. A maioria deles (298) eram trabalhadores terceirizados.
As poucas conquistas no SMS que a categoria garantiu nessas últimas três décadas, como o direito de recusa, a participação nas comissões de apuração de acidentes e interdições de unidades, foram arrancadas na luta, através de greves e muitas denúncias. Apesar de tantas vidas perdidas, os gestores seguem burlando as normas de segurança e precarizando as condições de trabalho. Uma realidade que tende a piorar consideravelmente com o desmonte do Sistema Petrobrás.
Fonte: FUP