Ação decisiva da FUP em defesa do Brasil







No mesmo dia em que o projeto de lei de capitalização da Petrobrás foi aprovado no Senado (10 de junho), com alterações na redação original que colocavam em risco os campos terrestres (os chamados campos maduros), a FUP encaminhou à Presidência da República documento cobrando o veto do presidente Lula. O inciso quarto do artigo 1º, incluído pelos parlamentares durante a votação do projeto de lei, obrigava a Petrobrás a utilizar os ativos terrestres para ressarcir a União no processo de Cessão Onerosa, se desfazendo de campos até atingir 100 milhões de barris. Corria-se o risco de os ativos terrestres da Petrobrás serem reduzidos a um terço.

A Federação continuou sua firme mobilização, Moraes conversou pessoalmente com o presidente Lula mostrando a importância do veto. No dia 26 de março, durante a inauguração do Gasene, em Itabuna, (BA), a FUP entregou ao presidente Lula carta aberta denunciando os riscos que os trabalhadores e os estados do Nordeste e do Norte Capixaba sofreriam em consequência das tentativas de entrega dos campos terrestres da Petrobrás ao setor privado.

Ao mesmo tempo que dialogava com o presidente da República, a FUP intensificou as mobilizações no Senado e nos estados produtores para impedir a entrega dos campos terrestres. Nos últimos quatros meses foram mantidos contatos permanentes com parlamentares do campo democrático e popular, ações políticas junto aos governos federal e estaduais e, principalmente, atos públicos e manifestações de ruas, envolvendo os movimentos sociais na Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Amazonas. Em Sergipe e Alagoas os atos foram organizados pela oposição ao Sindipetro-SE/AL, porque a direção desse sindicato, composta por integrantes do PSTU, que não está na FUP, permaneceu omissa, assim como está desde o início da campanha "O petróleo tem que ser nosso".

 A posição firme da FUP, denunciando desde o primeiro instante as manobras dos privatistas e articulando a pressão institucional – através de diálogos com a Presidência da República e com o Congresso Nacional – com mobilização de rua e conscientização dos trabalhadores que seriam diretamente atingidos pela medida, resultou em uma grande vitória para o Brasil, que mantém com a Petrobrás campos terrestres que empregam milhares de pessoas e geram desenvolvimento nas regiões.

A direção da FUP mostrou, mais uma vez, que está à altura da responsabilidade de representar a categoria petroleira em todos os embates. É uma direção madura, que alia negociação e luta, e dialoga com os mais diversos setores da sociedade.

Está na hora de sindicatos com tradição de luta, mas que estão fora da Federação por conta de disputas políticas menores, reverem sua posição: manter aliança com os setores mais míopes do movimento sindical (como o PSTU) é se condenar ao isolamento.

A direção da FUP acertou novamente ao acreditar na mobilização como forma de pressão. Ganharam os petroleiros, que não verão campos terrestres entregues para a iniciativa privada, ganhou a Petrobrás e, principalmente, ganhou o Brasil.