Aos poucos, barracas e bandeiras vão sendo erguidas em um grande mutirão pela democracia, ao lado do ginásio Nilson Nelson, em Brasília. O Acampamento Nacional Contra o Golpe começou a ser montado no dia 10 de abril e já reúne 2 mil pessoas de diversos estados do país.
Movimentos populares, centrais sindicais, entidades estudantis, coletivos de cultura e de comunicação participam do mutirão, organizado pela Frente Brasil Popular. O objetivo é reunir o maior número possível de pessoas em torno do acampamento, numa grande frente de resistência ao impeachment da presidente Dilma, cuja votação está prevista para domingo (17). Até lá, são esperados na capital federal 200 mil manifestantes contra o golpe.
Desde a cozinha até os instrumentos musicais, tudo está sob o controle e o protagonismo de brasileiros e brasileiras que se somam no acampamento. Esticando faixas com palavras de ordem encontramos com Odalia Figueredo, militante da CONAN ela veio de Belém do Pará para defender a democracia, “nós sabemos que não vamos avançar na luta da moradia se nesse país não existir democracia, se acontece uma ruptura agora, nossas conquistas histórias desmoronaram”, afirmou a paraense.
Na cozinha, o cheiro gostoso chama atenção de quem passa ao lado, preparando a refeição para muitas pessoas, Maria Do Carmo camponesa militante do Movimento dos Trabalhadores/as Sem Terra (MST), assentada no Assentamento Dom Tomás Balduíno em Formosa, GO, relata que estar na cozinha é ajudar na luta, “vivemos em comunidade, o que temos aqui é muita solidariedade e união, aprendi a ajudar quando conquistei minha terra não desisti de ajudar os outros a conquistar, por isso estou aqui “, relata a camponesa.
Agenda
Entre as agendas que serão acompanhadas pelos acampados, está o Ato Político Cultura pela Democracia, que acontece na quinta-feira, dia 14. Na sexta-feira, dia 15, acontece a Jornada Nacional de Mobilização. Os atos no Congresso Nacional de acompanhamento da votação do impeachment terão concentração na quinta e na sexta, a partir das 16 horas no Teatro Nacional. No domingo, dia 17, acontece a Vigília pela Democracia, que também será realizada em todas as capitais do país.
Solidariedade
O Acampamento é símbolo do clima de solidariedade à luta pela democracia na sociedade. As pessoas interessadas em contribuir com a estrutura do Acampamento podem participar da Campanha de Solidariedade ao Acampamento pela Democracia e fazer doações de alimentos, utensílios de cozinha, material de limpeza, barracas, colchões. Além de doações, cada segmento, categoria e coletivo, formado por artistas, advogados, médicos, comunicadores podem se organizar em coletivos e ajudar com o acampamento.
Plenária debate crise e o monopólio da mídia
Para Alexandre Conceição da direção nacional do MST a luta de classes se acirrou nos últimos períodos, “estamos debaixo da lona aqui para dizer que vamos resistir, a nossa luta é pela paz e pela democracia, vamos as ruas com toda a força é garra, derrotados o neoliberalismo em 2002 e vamos derrotar em 2016”, afirmou Alexandre.
Debatendo a manipulação da mídia, Paulo Moreira Leite jornalista e blogueiro, relata os desafios que enfrentamos no país relacionado ao monopólio midiático, “quem arma esse golpe desde o início é a grande mídia. Aqui no Brasil nada se fez para quebrar o monopólio da propriedade da mídia, a prioridade no Brasil sempre foi ficar de bem com os meios de comunicação, ao invés de criar seus próprios meios”, afirma Moreira.
Fonte: Com informações e fotos da Frente Brasil Popular
