Abertura do 37º CEPETRO-RN foi um convite à classe trabalhadora para retomada da democracia no Brasil e à defesa da Petrobrás

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O primeiro dia do 37º Congresso Estadual dos Petroleiros e Peroleiras do RN – 37º CEPETRO-RN trouxe um debate de alto nível sobre a complexa conjuntura política nacional e internacional, a atual situação do setor petrolífero na região e no Brasil, os desafios do movimento sindical petroleiro, além de enfatizar a importância de fortalecer a luta para enfrentar as campanhas reivindicatórias que serão realizadas nos setores público e privado.

A mesa de abertura do 37º CEPETRO-RN, iniciada na tarde desta segunda-feira, dia 11 de abril, de forma virtual, contou com a importante presença de representantes do SINDIPETRO-RN, da Federação Única dos Petroleiros – FUP, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, da Cooperativa de Petróleo e Energia – COOPETRO-Energia e da UFRN, os quais fizeram uma desafiadora saudação aos expectadores do evento e discutiram sobre a temática da teleconferência: Retomar a Democracia: A Petrobrás é do Povo Brasileiro.

Em consenso, os debatedores fizeram a conclamação da categoria petroleira, e trabalhadores de outros setores, para a incorporar uma unidade em torno da luta por democracia, contra os ataques do Governo Federal aos direitos trabalhistas e o desmonte da maior estatal do Brasil: a Petrobrás.

O coordenador geral do SINDIPETRO-RN, Ivis Corsino, iniciou o evento falando sobre a importância da luta sindical como ferramenta de resistência. “Realizar o ativismo sindical, nos dias de hoje, não é fácil. Em razão dos ataques que estamos sofrendo, e também das incompreensões geradas por distorções nas discussões políticas. Os ataques às entidades sindicais são cada vez mais frequentes e estamos lutando com marcos e medidas que combatem a coerção do Governo Bolsonaro à classe trabalhadora e aos sindicatos”, expôs Ivis.

Paulo Neves, coordenador nacional da CTB petroleira, saudou a categoria petroleira e falou sobre a necessidade de resistência dos trabalhadores, em geral, aos desmandos do Governo Federal. “Manter a chama da resistência é tema central de vários dos congressos da CTB. É nesse contexto, destruição nacional, de ataques do Governo Federal, de pandemia, ataques aos direitos trabalhistas e às entidades sindicais, que a classe trabalhadora precisa resistir para desbancar o governo Bolsonaro, o processo de desmonte das estatais brasileiras e acabar com crise econômica que afeta a maioria da população”, afirmou Paulo.

Com uma fala contundente sobre os rumos das lutas que precisam ser enfrentada pela categoria petroleira, Deyvid Barcelar, Coordenador Geral da FUP, ressaltou a importância e o protagonismo do SINDIPETRO-RN na adequação das atividades sindicais às novas realidades pandêmicas e de ataques aos sindicatos.

“Esse congresso é de suma importância, pois o ano de 2022 nos imprime uma série de desafios. Podemos elencar os 3 mais importantes: Primeiro o da negociação coletiva, que além da representação pública, vai abranger cada vez mais empresas privadas em tempos de inflação de 2 dígitos e com direitos trabalhistas oprimidos. O segundo ponto é o desmonte da Petrobrás, e põe em xeque a existência da Companhia como empresa pública e estatal, nos levando a ter que fortalecer a luta pela soberania nacional. E por último, as eleições – das nossas vidas – que acontecem este ano, e depende da volta do Lula para a retomada do projeto de desenvolvimento do Brasil”, disse Deyvid em sua saudação.

O presidente do diretório estadual da CTB, Celino Bezerra, trouxe uma reflexão sobre o aumento no preço dos combustíveis com reflexo em outras áreas, por causa de uma política administrativa equivocada na Petrobrás. “A maior moeda do mundo é a energia e a Petrobrás é fruto desse debate para atingir independência nacional. Agora, vários programas sociais e de incentivo dos tempos desenvolvimentistas, de Lula e Dilma, foram abandonados. Mas o povo brasileiro que passa por tempos ruins não esquece”, falou Celino.

Uma nova iniciativa, que vem sendo experimentada por petroleiros do RN é da criação da cooperativa de petróleo e outras energias. “É uma iniciativa que se contrapõe a essa situação de desemprego que afeta a categoria petroleira. Por isso, trazemos a ideia para outros sindicatos e também a FUP. É uma oportunidade de integrar o cooperativismo ao movimento sindical”, assegurou Márcio Dias, Presidente da COOPETRO-Energia.

A mudança do paradigma de exploração e produção do petróleo, que sai das mãos da Petrobrás está ameaçada de cair no meio privado, foi colocada na participação da mesa pelo professor de economia da UFRN, Wellington Duarte. “Não vai afetar somente a indústria do petróleo como também a estrutura vigente no estado do Rio Grande do Norte, como também a queda de arrecadação de impostos e postos de trabalho com carteira assinada. Tudo isso ocorre em consonância ao fenômeno mundial das crises econômicas do capitalismo que vem se arrastando desde 2008”, alertou ele.

O secretário geral do SINDIPETRO-RN, Pedro Lúcio Góis, aproveitou o momento de sua fala para criticar a postura do ex-presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, que participou diretamente da venda dos ativos aqui no Estado, e agora foi compor o Conselho Administrativo da nova operadora dos campos licitados, a 3R Petroleum. “Não me parece ético e correto, nem mesmo dentro do setor privado, avalie quando você mexe com dinheiro público, que o cara que coordenou as vendas agora vá ocupar um alto cargo na gestão da empresa que poderá vir a ser a principal operadora da Bacia Potiguar”, disse o diretor do Sindicato.

“O mais preocupante é que muitas das empresas que estão assumindo a exploração da Bacia Potiguar, são empresas estreantes, que não tiveram experiência neste setor. Como é o caso da 3R Potoiguar, que não existia antes dessa licitação”, acrescentou Pedro.

Veja a íntegra da mesa de abertura do 37º CEPETRO-RN, aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=p02UOjhU1lM

Confira a programação do último dia (12 de abril):

No segundo dia do congresso serão levantados um referendo à pauta de reivindicações da Campanha Reivindicatória dos setores estatal e privado, visando a celebração de acordos coletivos de trabalho, além de informes sobre Petros e AMS.

  • 18h00 – Abertura: Saudação do Coordenador Geral do SINDIPETRO-RN
  • 18h10 – Apresentação sobre temáticas da Petros e AMS
  • 19h30 – Eleição dos Delegados e Delegadas à Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros e Petroleiras – X PLENAFUP
  • 19h35 – Apresentação da resolução política do 37º VIRTUAL.RN sobre o processo eleitoral 2022;
  • 20h30 – Encerramento do 37º  VIRTUAL.RN

[Da imprensa do Sindipetro RN]