O Encontro com a categoria desta terça, 24, transmitiu a live do Sindipetro-NF sobre representação da mulher negra nos ambiente de trabalho, na academia, na política, na cultura, entre outros espaços de poder na sociedade brasileira.
Participaram do debate a diretora do Sindipetro-NF, Conceição de Maria, que também é escritora, formada em Letras e Pós Graduada em Literatura, a técnica em química, petroleira e também diretora do sindicato, Jancileide Morgado, a cientista social e mestranda em Ciências Políticas, Carine Passos, e a arquiteta e vereadora eleita do Rio de Janeiro, Tainá de Paula.
Veja abaixo a íntegra:
Desigualdade na Petrobrás
Estudo feito pela subseção do Dieese na FUP revela a baixa representatividade de mulheres e homens pretos em cargos de gerência no Sistema Petrobrás. Segundo os relatórios da empresa e balanços financeiros e sociais analisados, o percentual de trabalhadores negros que ocupam cargos de gerência na holding e subsidiárias vem caindo. Em 2008, cerca de 30% das gerências eram ocupadas por petroleiras e petroleiros pretos. Em 2019, esse número caiu para 19,3% e chegou a 17,7% em 2018, o mais baixo índice desde o início da série histórica, revela o Dieese em entrevista dada à revista Carta Capital.
Analisando só a holding Petrobrás, dos 46.416 trabalhadores, 9,42% (4.374) são homens brancos em cargos de gerência, e 1,95% (907) são mulheres brancas em cargos de gerência. Enquanto isso, somente 0,54% (252) são homens pretos em cargos de gerência, e 0,07% (31) são mulheres pretas nesses postos.
Segundo Cloviomar Cararine Pereira, técnico do Dieese na subseção da FUP e autor da análise, o objetivo foi mostrar que a tendência desigual no mercado de trabalho brasileiro entre brancos e negros se repete de forma pior no alto escalão da Petrobras.
Para isso, ele faz uma comparação com dados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto, na Petrobras, somente 0,54% do quadro de funcionários total é de homens negros em cargos de gerência, o Brasil aponta percentual médio de 2,4%. No caso das mulheres negras, se na Petrobras é de 0,07%, o país tem média de 1,9%.
“Se, no Brasil, os cargos de decisão são ocupados, em sua maioria, por homens brancos e mulheres brancas, no caso da Petrobras isso também acontece, com uma diferença ainda maior”, comenta Cararine.
[Com informações da Carta Capital]