Na manhã desta sexta-feira, 23, por volta das 10h30, ocorreu mais uma emergência na Refinaria Landulpho Alves, a RLAM, na Bahia, em consequência da redução dos efetivos operacionais imposta pelos gestores da Petrobrás. Dessa vez, um grande vazamento de petróleo na U-09, unidade de destilação atmosférica, deixou os trabalhadores apreensivos. O acidente ocorreu na bateria dos trocadores C-901, que são equipamentos de grande porte e cuja manobra requer a presença de pelo menos três operadores. Segundo o Sindipetro-BA, o vazamento pelo flange de um desses trocadores de calor foi bem ostensivo (veja as fotos abaixo).
Na noite do dia 21, outro acidente já havia queimado um operador da U-06, o que denuncia a exposição cada vez maior dos trabalhadores a riscos, devido à redução arbitrária do efetivo mínimo nas unidades de processo e Segurança Industrial. “Existem seis ramais de trocadores, sendo que um deles vazou e só foi bloqueado pela operação porque ocorreu em horário administrativo, quando há três operadores e um CTO na refinaria. Mas, antes, o vazamento se estendeu até o piso inferior, ocorrendo a ignição na bomba de RAT, a J-903, que opera com temperatura de 350 graus”, comentou o coordenador do Sindicato, Deyvid Bacellar, alertando para o risco potencial deste acidente.
“É importante salientarmos, ainda, que a bomba em que aconteceu o sinistro fica situada abaixo da bateria de trocadores C-918 (nafta X ar), um combustível de difícil combate ao incêndio. Caso esta emergência tivesse acontecido à noite, quando a unidade fica menos guarnecida de pessoas, o resultado, com certeza, seria trágico”, reiterou Deyvid.
Segundo ele, a brigada acionada para combater a emergência estava incompleta, com apenas nove brigadistas de um total de 18, ou seja, metade dos integrantes não pode comparecer, pois o efetivo da Rlam, que já é bastante reduzido nas unidades de processo, não permite que os petroleiros saiam de seus locais de trabalho, o que seria mais um risco. Segundo o Sindipetro, há unidades na refinaria em que o efetivo foi reduzido para apenas um operador, que também acumula a função de brigadista. Ou seja, ele não tem qualquer possibilidade de integrar a brigada de combate a emergências.
Os nove brigadistas que atuaram no combate ao vazamento tiveram o apoio fundamental dos Técnicos de Segurança, cujo quadro também está bastante reduzido em função da perda de metade do seu efetivo, pois 27 técnicos de segurança da Rlam aderiram ao PIDV.
“Infelizmente, já soubemos que até técnico de segurança terceirizado querem colocar refinaria para atuar no combate a emergências, através de empresas de corpo de bombeiro civil, ou seja, terceirizando por completo a segurança industrial, colocando em risco as pessoas e as instalações da Petrobrás. Não podemos permitir que terceirizados atendam às chamadas de emergência, nem atuem como brigadistas, pois estes não têm conhecimento das unidades de processo, além dessa ser uma atividade específica que deve ser feita por técnicos de segurança próprios e concursados”, denunciou Deyvid Bacellar.
Com informações do Sindipetro-BA