A luta de Zumbi dos Palmares e a conquista da cidadania racial plena


Este ano completa-se 313 anos do assassinato de Zumbi dos Palmares pelas tropas portuguesas comandadas pelo Bandeirante Domingos Jorge Velho, no Quilombo dos Palmares, que era localizado na região da Serra da Barriga e que atualmente faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas).
 
Passados mais de três séculos, de acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisas Aplicadas) na pesquisa "Demanda e Perfil dos Trabalhadores Formais no Brasil em 2007", os negros recebem em média 53% do salário dos não – negros, a escolaridade do negro é de 5,8 em média e a dos não – negros 7,7%. Negros e negras ocupam 60, 3% dos empregos na agricultura, 57,9% na construção civil, 59,1% dos serviços domésticos, enquanto os não – negros ocupam 56, 5% no comércio e serviços não financeiros, 62, 5% nos serviços financeiros e 57, 2% na administração pública, serviços sociais e utilidade pública. Ainda de acordo com o IPEA, 55% do trabalho não remunerado no Brasil e 55, 4% sem carteira assinada são representados por negros e negras.

Os 120 anos da abolição inacabada, oficialmente conhecida como Lei Áurea, não contribuiu para a superação do racismo, pois ao atender as pressões internas e externas que exigiam mudanças no regime econômico/mercantilista da época e, que após um ano já mudara o regime de colônia imperial para república, agravou ainda mais a situação social dos escravos recém libertos, que testemunharam a vinda dos europeus com incentivos governamentais, ocupando o mercado de trabalho formal que se formou com o fim do regime escravista.

Na história recente, muitos avanços foram obtidos a partir da realização da Conferência de Durban em 2001. As atuais políticas públicas e ações afirmativas em curso no atual governo começam a resultar em mudanças significativas no percentual de afros descendentes que conseguem ingressar nas aproximadamente 60 universidades que voluntariamente adotaram a política de Cotas baseada na PL 73/99 que está em vias de ser votada no Congresso.
 
A criação da SEPPIR (Secretaria Especial Pela Promoção da Igualdade Racial) destaca – se como uma das iniciativas mais avançadas no mundo.