Os petroleiros irão à greve no dia 23 para se contrapor aos ataques da Petrobrás e demais empresas do setor petróleo…
Imprensa da FUP
Conselho Deliberativo da FUP indica greve por cinco dias a partir de 23/03
Os petroleiros irão à greve no dia 23 para se contrapor aos ataques da Petrobrás e demais empresas do setor petróleo, em nome de uma crise cuja conta está sendo imposta aos trabalhadores. A estatal se mostrou indiferente às mobilizações recentes da categoria e sequer respondeu à proposta de regramento da Participação nos Lucros e Resultados, aprovada pelos petroleiros. A suspensão do pagamento das horas extras dos feriados trabalhados (extraturno) na Refinaria de Paulínia (Replan) foi a gota d`água de uma serie de ataques feitos pela Petrobrás aos direitos dos trabalhadores.
A empresa já vem flexibilizando regimes e jornadas de trabalho em várias unidades, não tem pago as horas extras, suspendeu cursos e treinamentos (comprometendo ainda mais a segurança), só para citar algumas arbitrariedades, que deixam claro que os gestores da Petrobrás não hesitam em descumprir acordos e ameaçar direitos. Além de todos esses ataques, a empresa insiste em manter uma gestão de segurança falida, que mata trabalhadores e expõe a categoria a riscos constantes, principalmente os terceirizados.
Os petroleiros responderão com contundência à ofensiva da Petrobrás. É inaceitável que a estatal, assim como as empresas do setor privado, imponha aos trabalhadores os ônus de uma crise que é do capital. O Conselho Deliberativo da FUP, após dois dias de reuniões, reafirmou a urgência de reação imediata da categoria petroleira e indicou greve de cinco dias a partir do dia 23 de março. O indicativo foi deliberado por unanimidade no Conselho, que é composto por representantes de todos os sindicatos filiados à Federação.
A greve indicada tem como principais eixos o fim dos assassinatos na indústria de petróleo, a garantia dos postos de trabalho no setor, o reconhecimento das horas extras dos feriados trabalhados, pagamento da PLR 2008 de uma única vez e regramento das PLRs futuras.
Unidade para garantir direitos
A greve vitoriosa na Replan, assim como a greve do ano passado na Bacia de Campos, não deixou dúvidas sobre a organização e garra dos petroleiros na luta em defesa de seus direitos. A unidade da categoria também ficou latente, em ambas as greves. Os trabalhadores da Recap pararam por 24 horas em solidariedade aos companheiros de Paulínia. O mesmo fizeram os terceirizados da Replan.
Em solidariedade e apoio à luta dos petroleireos da Bacia de Campos na luta pelo dia de desembarque, a categoria realizou paralisações nos dias 17 e 18 de julho do ano passado, somando-se aos companheiros grevistas em Macaé. O resultado foi a conquista da extensão do acordo conquistado na Bacia para as demais bases do país com regimes de trabalho especiais. A hora agora é de unidade nacional na luta para se contrapor aos ataques das empresas do setor petróleo e garantir os direitos da categoria.
PLR: pagamento único agora e regramento para o futuro
A negociação do regramento das PLRs futuras foi acordada com a Petrobrás no ano passado e a empresa até hoje não respondeu a proposta aprovada em assembléias pela categoria. Pior: a Petrobrás fechou o seu balanço financeiro, com o provisionamento da PLR 2008, sem negociação prévia com os trabalhadores, descumprindo o que havia acordado com a categoria. A enrolação em torno da negociação do regramento da PLR continua como nos anos anteriores, com o agravante da Petrobrás ter se recusado a pagar o adiantamento em janeiro. O silêncio absoluto da empresa em relação a esta questão, além de ser um desrespeito com os trabalhadores, revela que a negociação do pagamento da PLR 2008 será dura.
A FUP não aceitará o parcelamento da PLR e exige valores justos, condizentes com o resultado construído pelos trabalhadores. A crise financeira tem sido a desculpa usada pelos gestores da empresa para "justificar" ataques e arbitrariedades. Esse argumento não convence ninguém. A categoria precisa se preparar para o embate da PLR, que só será vencido pelos trabalhadores com mobilização.