A eleição do projeto democrático e popular vai aumentar a correlação de forças a nosso favor







Temos de ter orgulho não apenas de nossa condição de trabalhadores brasileiros, da condição de cutistas. Segundo o professor Emir Sader, somos "orgulhosamente responsáveis" pela interrupção do ciclo neoliberal que vinha destruindo nossa Pátria. Temos orgulho também de nossa Pátria maior, essa nação latino-americana que vem demonstrando ao mundo a possibilidade de construir um novo modelo de desenvolvimento que procura incluir as pessoas.

O exemplo brasileiro vem espantando o planeta. Sério, não há aqui nenhum exagero. Pela primeira vez na história, o Brasil enfrentou uma crise com remédios outrora considerados mortais. Em lugar de adotarmos o arrocho, apostamos nos aumentos reais de salário, na ampliação do emprego formal, na desoneração fiscal, na diminuição de tributos sobre o salário – traduzida na correção da tabela do imposto de renda, já uma realidade, e na nossa luta por um modelo arrecadador que seja rigoroso com os mais ricos -, na ampliação dos investimentos na agricultura familiar, na porta mais ampla de acesso ao ensino superior, na iluminação elétrica das casas camponesas, no sucesso do Bolsa Família, na política de valorização do salário mínimo, na parceria comercial com países que antigamente eram relegados a segundo plano por nossas elites, no diálogo do Estado com os representantes da classe trabalhadora.

O Lula tem um papel incrível nessa transformação.  Mas ele tem sido – e aqui peço licença a todos que o admiram – apenas um representante da vontade da maioria. Ele chegou lá por nossa causa, nós os trabalhadores e trabalhadoras que temos a coragem de nos unir, organizar, pensar estratégias de transformação, de incomodar as pessoas consideradas sérias e sensatas, de quebrar barreiras, de gostarmos de nós mesmos.

Houve época em que se dizia que o povo tem o governo que merece. Resquício da ditadura, a frase tinha por objetivo nos desmerecer. Hoje, 1º de Maio de 2010, ganha outro significado. O governo Lula, apesar de ainda conciliar interesses que não os nossos, em virtude de uma perspicaz estratégica de acumulação de forças, é um governo que nós, trabalhadores organizados, estamos fazendo.

  O governo Lula, como dito ontem pelo companheiro José Dirceu, durante os debates do nosso Seminário Sindical Internacional, colocou o Brasil no lugar que sempre mereceu ter no mundo, e os brasileiros no lugar que merecem ter no Brasil. Esse governo é nosso.

Como nos demais países de nosso continente, estamos diante de cenários eleitorais em que a direita, embora mais polida que nos tempos dos generais, está excitada pela perspectiva de retomar o controle do Estado. Estado este que destruíram, em nome de uma ideia tosca, rudimentar, de que o que é bom para o imperialismo é bom para o Brasil.

A candidatura da direita já fala abertamente em enxugamento do Estado, na retomada da visão unipolar do comércio exclusivo – perdoem-me o excesso de adjetivos – com o Hemisfério Norte, na criminalização dos movimentos sociais como a CUT e o MST.

Ai de nós se os neoliberais estivessem no poder.

Com a vitória eleitoral do projeto democrático e popular, a acumulação de forças será maior a nosso favor e poderemos fazer mais pela inclusão social e pela democracia. Vamos lá.