A CUT e os desafios da saúde no trabalho em 2009


A Saúde no Trabalho sempre foi um eixo estratégico para atuação da CUT. As lutas por melhores condições de saúde e segurança no trabalho e a defesa do SUS estão diretamente relacionadas ao combate à super-exploração da classe trabalhadora.  Em 2009, teremos vários desafios para enfrentar com a nossa militância. É uma agenda que requer intensificação da combatividade da CUT e de todas as entidades filiadas.

Começamos com a campanha pelo fim do Fator Previdenciário. É mais uma herança maldita da era neoliberal. A CUT organiza a luta pelo fim desse mecanismo desde que foi criado por FHC. A aprovação por unanimidade do seu fim pelo Senado nos coloca numa posição muito favorável. Agora é ficarmos alertas e pressionar a Câmara Federal para votar da mesma forma, dando fim a essa crueldade com os trabalhadores e trabalhadoras.

Temos também a discussão na Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho (CT-SST) para revisar e implantar a Política Nacional de Saúde e Segurança. A criação da comissão é resultado da reinvidicação do movimento sindical cutista por uma atuação integrada entre os Ministérios da Saúde, do Trabalho e Emprego e da Previdência Social sobre  a questão. A atuação foi durante muito tempo bloqueada pelas visões corporativistas presentes naqueles ministérios. O próximo passo é conseguir resultados concretos da comissão, transformando o escrito em proteção real para o trabalhador e a trabalhadora.

Outro desafio importante é  a reformulação das Normas Regulamentadoras, prevista para esse ano. Temos a NR 6, sobre Equipamentos de Prevenção Individual(EPI); a NR 12, sobre máquinas e equipamentos, e a NR 20, sobre inflamáveis. As NR´s 6 e 12 já tem seus Grupos de Trabalho Técnico designados e devem começar seus trabalhos em março. Em todas essas discussões a CUT tem seus representantes e precisará do apoio técnico e organizativo de suas entidades filiadas.

Continuaremos em discussão com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, visando incorporar reinvidicações da classe nos planos privados. Devemos intensificar a qualificação  dos nossos dirigentes sindicais na legislação do setor, para garantir uma intervenção qualificada na negociação coletiva e na defesa dos direitos dos segurados pelos planos.

Através de convênio com a DGB, continuaremos o debate sobre o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário com a nossa base. Planejamos o fortalecimento dos coletivos de saúde de ramos, já que, ano passado priorizamos os coletivos estaduais.

Debate estratégico em nossa organização sindical será a definição do  papel da Secretaria de Saúde, a ser criada na alteração estatutária no Congresso da CUT em agosto. Que aspectos e atribuições ela deverá ter, e qual política implementará no próximo período.

Por fim, teremos o grande desafio de  construir a Conferência Mundial pelo Desenvolvimento de Sistemas Universais de Saúde e Seguridade Social, marcada para novembro em Brasília. Atividade proposta pelo III FORUM MUNDIAL DA SAUDE, realizado em Belém, nos dias que antecederam o Fórum Social Mundial. Essa tarefa tem um valor especial quando sabemos que nesse Fórum foi dada a largada na campanha pelo reconhecimento do SUS brasileiro como patrimônio imaterial e cultural da humanidade.

Teremos um 2009 cheio de "bons combates", ainda mais com o processo congressual da Central.  Mas temos certeza que poderemos contar com  participação e mobilização da nossa combativa militância sindical.