Desde sempre, sublinhamos que o caminho para o desenvolvimento está na valorização do trabalho, que engendra círculos virtuosos: mais emprego, mais renda, mais consumo, mais produção… Agora, quando cada centavo é precioso para fazer frente à insolvência econômica dos países capitalistas centrais, com a recessão em sua porta, tornam-se ainda mais importantes as medidas elencadas pela CUT para resguardar o emprego, o poder aquisitivo dos salários e garantir direitos. Os milhares que tomarão as ruas da capital federal vão deixar claro que os trabalhadores não vão pagar pela crise, pois ela é fruto de um sistema perverso, baseado na especulação, que concentra renda e multiplica injustiças. Depois de privatizarem os lucros, querem socializar os prejuízos e esse verdadeiro assalto não vai passar!
A importância da Marcha cresce diretamente proporcional ao cântico fúnebre entoado pelos demo-tucanos, que tentam projetar oportunisticamente sobre o país toda a sua inconformidade com as políticas públicas de fortalecimento do mercado interno em curso. Não aceitam o Programa de Aceleração do Crescimento, não se conformam com o Bolsa Família, com o ProUni e demais iniciativas voltadas à população mais necessitada. São contra a política de valorização do salário mínimo, contra o reajuste da tabela do Imposto de Renda, contra o fim do fator previdenciário e tentam sabotar medidas que tornaram o nosso país menos vulnerável à crise que sopra com força desde o exterior.
Defendemos a imediata redução dos juros e que as dezenas de bilhões de dinheiro público esterilizados no pagamento do superávit primário sejam canalizados para o fortalecimento do Estado brasileiro, garantindo investimento em obras de infra-estrutura, recursos para políticas públicas geradoras de emprego e renda. Defendemos a redução da jornada de trabalho, medida que potencializa de imediato a abertura de mais de dois milhões de novos empregos; queremos a ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT – garantindo a negociação coletiva no serviço público e coibindo a demissão imotivada; lutamos pela reforma agrária, com estabelecimento de limite de propriedade da terra, crédito mais barato, política de preço mínimo e estoques reguladores.
Tão importantes quanto as propostas que levaremos a Brasília no dia 3 é o trabalho de comunicação que devemos fazer. Há uma luta política e ideológica em curso sobre os caminhos ou descaminhos a serem percorridos, onde os setores reacionários e conservadores apostam tudo na nossa invisibilidade. Portanto, além de jogarmos peso nos nossos jornais e boletins dando a mais ampla divulgação à Marcha, é hora de estreitarmos nossos laços com as rádios e tevês comunitárias, pressionarmos desde os municípios, mobilizando nossos Sindicatos, contatando entidades populares, prefeitos e parlamentares para que nossa voz alcance todos os rincões do país.
O resultado desta ação não representará apenas uma contribuição ímpar ao processo de disputa de hegemonia, servirá como reflexão sobre quais devem ser os nossos próximos passos na luta pela efetiva democratização dos meios de comunicação e da própria sociedade brasileira.