Nova diretora-geral da ANP planeja fiscalização mais rigorosa do setor

Leia trecho de entrevista da Diretora-Geral Magda Chambriard citando denuncias de insegurança do Sindipetro-NF.

 13/03/2012 Valor Econômico Por Cláudia Schüffner | Do Rio

Pela primeira vez ocupando a sala da diretoria-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard deu ontem instrução expressa para o copeiro: lembrar a secretária de comprar novos copos, pires e xícaras para servir água, café e chá na agência. É o toque feminino da primeira mulher a dirigir a diretoria colegiada da agência, criada em 1997 para regulamentar um setor que tem maciça presença masculina.

A orientação foi feita em tom suave e cuidadoso, uma das características da engenheira que começou a trabalhar na ANP em 2002, cedida pela Petrobras depois de um convite do ex-diretor Newton Monteiro, e que se tornou diretora em 2008.

Magda recebeu o Valor para uma entrevista em que se disse “muito honrada” com o convite que recebeu da presidente Dilma Rousseff. Contou que a presidente não deu nenhuma instrução. “A presidente tem muita preocupação com a repercussão da regulação na sociedade. Sobre como o que estamos fazendo resulta em um preço final do combustível, como afeta o abastecimento nacional. São preocupações legítimas pois, afinal de contas, a história da regulação no mundo surgiu para solucionar conflitos entre partes. E o primeiro conflito é entre agente econômico e sociedade”, disse.

Entre as coisas que a nova diretora planeja 2012 está o aumento da fiscalização sobre as atividades de exploração e produção de petróleo. Contou que tem um acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF)(grifo nosso) para que funcionários da plataforma denunciem problemas operacionais que possam colocar vidas em risco e pretende estender o acordo para outros sindicatos do país. O acordo com o Sindipetro resultou na paralisação da produção da plataforma P-33 da Petrobras, em 2010. Segundo Magda, as empresas devem se acostumar com as fiscalizações, que, avisa, serão rigorosas.

(…)